Com a presidência prestes a mudar, os Estados Unidos da América (EUA) aumentam a pressão para acabar com os ataques de Israel no Líbano. O enviado especial norte-americano está em Beirute e fala numa janela de oportunidade para alcançar o cessar-fogo com o Hezbollah. Ao mesmo tempo, a região continua a ser fustigada pelos ataques israelitas.
Depois do terceiro ataque contra o centro de Beirute nas últimas 48 horas, estão à vista os danos causados pelos bombardeamentos que, durante a noite, atingiram uma zona residencial no sul da capital libanesa, muito perto do Parlamento e de várias embaixadas.
O ataque ocorreu pouco antes da chegada do enviado especial dos EUA, que está no Líbano para intensificar as discussões para um cessar-fogo.
“Tivemos conversações muito construtivas com o Presidente do Parlamento, Nabih Berri, e continuámos a reduzir as diferenças”, anunciou o enviado norte-americano, Amos Hochstein.
Apesar de Hochstein afirmar que há uma janela de oportunidade e que o cessar-fogo está ao alcance de Israel e do Hezbollah, há ainda várias pontas soltas para que a proposta dos EUA avance. Permanece a ameaça de Israel continuar a levar a cabo operações contra o Hezbollah, mesmo na eventualidade de um acordo.
“Estamos a falar de negociações para um cessar-fogo no Líbano e de possíveis acordos que os americanos estão a liderar. Eu digo que só se faz sob fogo. Sob muito fogo”, declarou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Ataques na fronteira com Líbano e em Gaza continuam
O fogo cruzado mantém-se na fronteira entre o Líbano e Israel. Segundo as forças de defesa israelitas, dezenas de projeteis foram lançados, nas últimas horas, contra o norte do país.
A ofensiva israelita também prossegue em Gaza, sobretudo no norte do território, com denúncias de novos ataques contra hospitais. Relatos que chegam poucas horas depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter voltado a reunir-se para discutir a situação e insistido no reforço da ajuda humanitária.
“As condições atuais são das piores a que assistimos durante toda a guerra e não deverão melhorar”, alertou Tor Wennesland, coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Médio Oriente.
Israel tem garantido que não há limite para a ajuda que pode entrar em Gazae culpa a Organização das Nações Unidas e outras agências humanitárias por não terem recursos suficientes para distribuírem o material.