Foi anunciado esta quarta-feira à tarde. Israel e o Hamas chegaram a acordo para um cessar-fogo em Gaza. Assim como explica o correspondente da SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman, “espera-se uma conferência de imprensa nas próximas horas do primeiro-ministro do Qatar" para o anuncio oficial.
“Sabemos algumas bases do acordo, sabemos alguns detalhes. Eu penso que até ao último momento vão ficar algumas coisas no ar e não vão ser totalmente claras."
Ainda que sem detalhes, este acordo acontece após várias semanas de negociações em Doha. Em Israel, o correspondente da SIC explica que já começaram os preparativos para receber os reféns.
“Vejo que há preparativos em Israel para recolher, para receber os reféns. Nós sabemos que no mês de novembro de 2023 chegaram mais de 100 reféns, também numa operação, que tiveram 50 dias nas mãos do Hamas. Neste momento estamos a falar de praticamente 15 meses nos túneis. A situação desses reféns é provavelmente mais complicada e estão a fazer preparações nos hospitais para os receber."
Ainda que num ambiente de incerteza, não sabendo totalmente se estes reféns estão vivos ou mortos, o acordo deverá implicar uma trégua de seis semanas. Numa primeira fase deverão ser libertados 33. Em contrapartida, Israel deverá libertar mil presos palestinianos e retirar gradualmente os militares da Faixa de Gaza.
“Estamos a falar da libertação de 33 na primeira fase. 33 dos 98 que ainda há em Gaza vivos ou mortos. Não sabemos quantos destes 33 estarão vivos e quantos mortos. Parece que a maioria deles estão vivos, mas do resto ninguém sabe quantos há realmente nos túneis.”
Nas redes sociais, Donald Trump antecipou-se a Joe Biden e, não só confirmou o acordo, como diz que foi alcançado graças à sua vitória nas presidenciais.
“Ele prometeu o inferno ao Hamas no caso de não devolver os reféns e ele depois aclarou que queria uma operação concluída até ao dia 20 de janeiro. Desde esse momento tudo começou a andar, tudo começou a mexer-se muito mais rapidamente.”
Para além da libertação de reféns, haverá, também, “um aumento drástico da ajuda humanitária a Gaza com a entrada diária de 600 camiões, que é muito mais do que temos visto”.