Um cessar-fogo na Faixa de Gaza pode estar perto de ser alcançado. A proposta, que está a ser negociada no Qatar, já está nas mãos do Hamas que vai decidir se aceita ou não. O principal objetivo é a libertação dos reféns israelitas em Gaza que pode vir a acontecer já na próxima semana, de forma faseada. Isto apesar de dois ministros da extrema-direita de Israel já terem garantido que vão votar contra.
O plano começa com a libertação de 33 reféns prioritários – mulheres, crianças, homens com mais de 50 anos, feridos e doentes.
"É absolutamente necessário, até porque a contestação é muito grande em Israel e já há muito tempo que pedem a libertação dos reféns. Netanyahu está sob pressão. De um lado, da rua, das pessoas que querem, os familiares que querem, de volta os seus entes queridos que estão reféns. E por outro lado, da extrema direita, que não quer o acordo".
A pressão é evidente, com figuras como Ben Guevira, da extrema-direita israelita, a manifestar oposição ao acordo. “Há um jogo político em marcha. Ben Guevira não aprova, mas não se demite. Netanyahu tenta equilibrar as forças porque, apesar da contestação interna, sabe que tem o apoio de Trump.”
Hamas deixa de ter um trunfo, mas recebe outro
A segunda fase é a libertação dos restantes reféns, com menos de 50 anos, soldados israelitas capturados. Do outro lado, a libertação de mais de mil prisioneiros excluindo os envolvidos nos ataques de 7 de outubro. "A partir daqui, o Hamas fica sem trunfos nenhuns. Essa é a jogada".
"Enquanto Hamas tem os reféns, tem um trunfo na mão. A partir do momento em que os libertar, se houver margem de manobra, porque há margem de manobra, e Trump e Netanyahu conseguem, de certa forma, mais vantagem para alcançar aquilo que querem, que é o alargamento do território de Israel. Não tínhamos dúvidas em relação a isso. Porque já chamam a Cisjordânia, Judeia e Samaria".
Mas na libertação dos presos palestinianos está Marwan Barghouti.
”Ele é um conciliador entre a Fatah e entre o Hamas. E poderá ser quem poderá ser reconhecido como o novo líder. Ou aquele candidato a líder, porque vão exigir eleições. E o Hamas não se importa que seja ele, que ele foi um dos fundadores das brigadas Al-Qassam, e, portanto, fez imensos atentados terroristas. Mas, de qualquer forma, é uma pessoa conciliadora.