Guerra no Médio Oriente

Investigação fala em "fracasso total" do exército israelita antes e depois do ataque do Hamas a 7 de outubro

O relatório sobre a atuação do exército israelita antes e durante do ataque do Hamas de 7 de Outubro revela um fracasso total das forças armadas na proteção de civis. As conclusões da investigação foram tornadas públicas numa altura em que o Governo se prepara para negociar a segunda fase do acordo de cessar-fogo.

Loading...

Enquanto as famílias dos reféns que ainda estão em Gaza tentam pressionar o Governo a avançar para a segunda fase do acordo de cessar-fogo, centenas de elementos da extrema-direita israelita manifestaram-se a favor da anexação da Faixa de Gaza e da transferência da população palestiniana para fora do território.

De acordo com os dados das autoridades israelitas dos 59 reféns ainda em Gaza, pelo menos 35 já não estarão vivos. Os familiares temem que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ceda à ala mais radical do Governo, que quer recomeçar a guerra com o objetivo de ocupar o território e expandir colonatos, o que de certa forma já está a acontecer na Cisjordânia.

O chefe de Governo israelita tem carta branca de Washington, mas continua pressionado pela opinião pública que agora tem mais elementos para criticar a forma como o Governo geriu o 7 de outubro.

As conclusões da investigação ao comportamento das forças armadas apontam para um fracasso total na proteção da população do sul de Israel.

O inquérito revela também que o exército israelita, não só não soube ler os sinais dados pelos serviços secretos sobre a iminência de um ataque do Hamas, como reagiu de forma lenta e desadequada à investida de cerca de cinco mil militantes, que cruzaram com surpreendente facilidade a que se presumia ser uma das fronteiras mais seguras do mundo.