Guerra no Médio Oriente

Israel endurece posição nas tréguas em Gaza e ameaça regressar à guerra com o Hamas

Israel bloqueou no domingo, até novas ordens, a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, onde cerca de 2,4 milhões de palestinianos estão cercados pelo exército israelita desde outubro de 2023.

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Num momento em que Israel e o Hamas já deveriam estar em negociações para a segunda fase do plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza, o governo israelita de Benjamin Netanyahu declarou que vai bloquear a entrada de ajuda humanitária no território. Isto significa que a população de mais de dois milhões de pessoas, confinada num território devastado por 15 meses de guerra, pode deixar de receber comida nos próximos dias.

Terminada no sábado a primeira fase do plano de cessar-fogo, que previa a interrupção da guerra e a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, o que estava previsto era uma segunda fase de negociações entre Israel e o Hamas. Em vez disso, e em pleno Ramadão, Benjamin Netanyahu anunciou o bloqueio total da Faixa de Gaza.

Netanyahu afirma agora seguir o plano do enviado de Donald Trump ao Médio Oriente, que prevê a entrega imediata de metade dos reféns, um plano que não foi sujeito a negociação ou aprovação do Hamas.

No dia em que compareceu em mais uma sessão do julgamento onde está acusado de corrupção, o primeiro-ministro israelita foi recebido com protestos no parlamento, onde decorre a comissão parlamentar de inquérito às falhas de segurança do governo e dos serviços de informação, que poderão ter facilitado o ataque de 7 de outubro. No hemiciclo, foi ainda contestado pelos familiares dos reféns. Benjamin Netanyahu respondeu com a ameaça do regresso à guerra.

Apesar do cessar-fogo ainda vigente, pelo menos duas pessoas morreram num ataque com drones israelitas em Rafah, no sul de Gaza.

A União Europeia, países árabes, as Nações Unidas e a Cruz Vermelha já condenaram os planos de Israel, que podem levar novamente à fome generalizada em Gaza.

O Egito prepara-se para apresentar, esta terça-feira, um plano alternativo para Gaza, diferente da chamada “Riviera do Médio Oriente”, proposta por Donald Trump. O plano egípcio prevê que uma força internacional e uma missão governamental substituam o Hamas na região.