Guerra no Médio Oriente

Jovem palestiniano que morreu em prisão israelita sofria de desnutrição extrema

O jovem foi detido na própria casa, na Cisjordânia ocupada, durante uma operação realizada de madrugada, em setembro, por alegadamente ter atirado pedras aos soldados.

Jovem palestiniano que morreu em prisão israelita sofria de desnutrição extrema
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A fome terá sido a causa da morte de um adolescente palestiniano, que morreu numa prisão israelita, de acordo com um médico israelita que observou a autópsia.

Walid Ahmad, de 17 anos de idade, que esteve detido durante seis meses sem ser acusado, sofria de desnutrição extrema e apresentada sinais de inflamação do cólon e sarna, segundo um relatório escrito pelo médico Daniel Solomon, que assistiu à autópsia, conduzida por especialistas israelitas, a pedido da família do rapaz.

A Associated Press obteve uma cópia do relatório de Solomon junto da família. O relatório não conclui qual a causa da morte, mas refere que Ahmad estava num estado de extrema perda de peso e atrofia muscular.

É também referido que o adolescente se tinha queixado à prisão sobre alimentação inadequada desde pelo menos dezembro, citando relatórios da clínica médica do estabelecimento prisional.

Ahmad morreu no mês passado depois de desmaiar na prisão de Megiddo e bater com a cabeça, disseram as autoridades palestinianas, citando relatos de testemunhas oculares de outros reclusos.

O serviço prisional de Israel disse que foi destacada uma equipa para investigar a morte de Ahmad e que o resultado das investigações iria ser enviado para as autoridades autorizadas.

Ahmad é o mais jovem prisioneiro palestiniano a morrer numa prisão israelita desde o início da guerra em Gaza, segundo uma organização israelita, a Physicians for Human Rights Israel, que documentou mortes de prisioneiros palestinianos.

O jovem foi detido na sua casa, na Cisjordânia ocupada, durante uma operação realizada de madrugada, em setembro, por alegadamente ter atirado pedras aos soldados, segundo disse a sua família.

A autópsia foi realizada a 27 de março, no Instituto Forense Abu Kabir, que não divulgou nenhum relatório com as suas conclusões nem respondeu ao pedido de comentários.

A advogada da família de Ahmad, Nádia Daqqa, confirmou que Solomon, um cirurgião gastrointestinal, recebeu autorização de um tribunal israelita para observar a autópsia.