Guerra no Médio Oriente

Hamas confirma negociações "sem condições prévias"

"O Hamas apresentará o seu ponto de vista sobre todas as questões, nomeadamente o fim da guerra, a retirada e a troca de prisioneiros",dirigente do movimento islamita palestiniano Hamas referindo-se à troca de reféns detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Khan Younis
Khan Younis
Hatem Khaled

Um dirigente do movimento islamita palestiniano Hamas disse este sábado que uma nova ronda de negociações indiretas com Israel, com o objetivo de pôr fim à guerra em Gaza, tinha começado em Doha "sem quaisquer condições prévias".

"Esta ronda de negociações começou sem condições prévias de nenhuma das partes e as negociações estão abertas à discussão de todas as questões", disse Taher al-Nounou, citado pela agência France-Presse (AFP). 

"O Hamas apresentará o seu ponto de vista sobre todas as questões, nomeadamente o fim da guerra, a retirada e a troca de prisioneiros", acrescentou, referindo-se à troca de reféns detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Depois de uma trégua de dois meses que tornou possível essa troca no início do ano, Israel retomou a ofensiva contra o Hamas a 18 de março, afirmando que queria "derrotar" o movimento e obrigá-lo a libertar os reféns raptados no ataque do movimento islamita em 7 de outubro de 2023.

Duas partes acusam-se mutuamente de bloquear as negociações

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou no início da semana o envio de uma delegação a Doha para novas negociações.

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, tinha anunciado este sábado mais cedo que o Hamas tinha regressado à mesa de negociações em Doha, sem que tivesse sido necessário fazer um cessar-fogo ou retomar a entrada da ajuda humanitária em Gaza, que Israel interrompeu em 02 de março.

O governante israelita associou o gesto do movimento islamita palestiniano ao início de uma nova ofensiva terrestre israelita na Faixa de Gaza.

"Com o início da operação 'Carruagens de Gideão' em Gaza, conduzida com grande força pelo comando das Forças de Defesa de Israel (FDI), a delegação do Hamas em Doha anunciou o seu regresso às negociações sobre os reféns, em contraste com a sua anterior posição de rejeição", declarou Katz, num comunicado divulgado pela imprensa israelita.

Na sexta-feira, as forças armadas israelitas anunciaram o início da expansão da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza como parte dos objetivos de Israel para a guerra em Gaza: a libertação dos reféns ainda detidos em Gaza e a derrota do Hamas.

As autoridades de Gaza elevaram este sábado para quase 53.300 o número de mortos resultante da ofensiva militar israelita contra o enclave, desde o seu início, após os ataques levados a cabo a 7 de outubro de 2023 pelo Hamas e outros grupos palestinianos, que causaram cerca de 1.200 mortos e perto de 250 raptados, segundo o balanço oficial fornecido pelas autoridades israelitas.