O correspondente da SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman, considera que o incidente desta quarta-feira “é um dos incidentes mais graves dos últimos tempos”, numa altura em que Telavive está a ser alvo de uma pressão internacional “sem precedentes”
Esta quarta-feira, o exército israelita atacou a comitiva diplomática, onde se encontrava o português Frederico Nascimento, chefe da missão diplomática em Ramallah, que tinha visitado o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.
O correspondente da SIC no Médio Oriente nota, na antena da SIC Notícias, que Netanyahu não mencionou este ataque na sua primeira conferência em quase seis meses, esta quarta-feira.
Informa que houve já, por parte da Presidência israelita, ordem para iniciar um inquérito para apurar as circunstâncias deste episódio.
O correspondente explica que os diplomatas visados garantiram que dois soldados do exército de Israel dispararam contra eles, no entanto a versão israelita diz que os disparos foram feitos para o ar em forma de alerta.
“É um dos incidentes internacionais mais graves dos últimos tempos”, assegura.
Ajuda humanitária em Gaza
Sobre a entrada de camiões com ajuda humanitária, Henrique Cymerman esclarece que já entraram 100 veículos em Gaza e prepararam-se para entrar outros 80, resultado da pressão feita por vários senadores norte-americanos, que se mostraram solidários com as causas israelitas, mas que exigiram a entrada de bens no enclave.
O correspondente admite também que Israel está a ser alvo de uma pressão internacional “sem precedentes” por parte de países que já se solidarizaram com o país em várias ocasiões, mas que agora alertam o governo de Netanyahu, nomeadamente o Reino Unido e França.
Lembra ainda que as negociações, com envolvimento dos EUA e do Egito, ainda que “indiretamente”, em Doha, no Qatar, para um cessar-fogo prosseguem normalmente.