Guerra no Médio Oriente

Israel ameaça anexar partes da Cisjordânia se Estado palestiniano for reconhecido

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita disse que o país pode agir sozinho, legalizando colonatos ilegais e anexando partes da Área C da Cisjordânia, criada nos Acordos de Oslo.

Israel ameaça anexar partes da Cisjordânia se Estado palestiniano for reconhecido
SOPA Images

O ministro dos Assuntos Estratégicos israelita, Ron Dermer, ameaçou na segunda-feira que Israel anexará territórios da Cisjordânia se o Reino Unido e a França, entre outros países, reconhecerem o Estado palestiniano.

Em conversa com o ministro francês Jean-Noël Barrot, Dermer disse que Israel pode agir sozinho, legalizando colonatos ilegais e anexando partes da Área C da Cisjordânia, criada nos Acordos de Oslo.

Segundo os acordos assinados em 1993, a zona referida por Dermer ficava sob administração israelita, enquanto a zona B sob o controlo administrativo da Autoridade Palestiniana e controlo militar israelita, sendo a zona A administrada exclusivamente pela Autoridade Palestiniana.

Dermer respondeu à possibilidade de reconhecimento internacional do Estado palestiniano, que poderá ser discutida numa cimeira em Nova Iorque, copresidida pela França e Arábia Saudita a 18 de junho, segundo o jornal Haaretz.

O Ministro das Relações do Reino Unido, David Lammy, expôs que o Reino Unido discute com França um possível reconhecimento do Estado palestiniano, mas que só o apoiará se tiver efeitos concretos..

Numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo alemão, Johann Wadephul, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, sublinhou que a posição de Lisboa relativamente ao reconhecimento do Estado palestiniano está em permanente avaliação.

"A nossa posição quanto a um reconhecimento está espelhada numa doutrina que eu repeti variadíssimas vezes no Parlamento, e que significa que é algo que está sempre em avaliação e que é conversado com os nossos parceiros", afirmou.

Costa afirmou ainda que a UE apoia a solução de dois Estados e espera a conferência da ONU em junho.