Guerra no Médio Oriente

Três ativistas do veleiro "Madleen" retidos em Israel após ataques ao Irão

Esperava-se que Mark van Rennes deixasse o país entre quinta-feira e hoje, enquanto os dois ativistas franceses, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi, deveriam ser transferidos para o aeroporto hoje à tarde.

Três ativistas do veleiro "Madleen" retidos em Israel após ataques ao Irão
DANILO ARNONE

Três dos oito ativistas da Flotilha da Liberdade detidos por Israel continuam em território israelita devido ao "fecho após a declaração de emergência pela escalada entre Israel e o Irão", denunciou a equipa jurídica. Os outros cinco ativistas foram deportados na quinta-feira através do aeroporto de Telavive.

"Os advogados não puderam visitar três dos detidos entre os voluntários da Frota da Liberdade - Mark van Rennes (Países Baixos), Pascal Maurieras (França) e Yanis Mhamdi (França) - devido ao atual encerramento [causado] pela escalada entre Israel e o Irão", relatou o centro jurídico palestiniano que representa os ativistas em Israel, Adalah.

Um advogado do Fundo para os Defensores dos Direitos Humanos (HRDF, na sigla em inglês), em coordenação com o Adalah, conseguiu falar por telefone esta manhã com os detidos, que lhe transmitiram que se encontravam "em condições razoáveis, dadas as circunstâncias atuais".

A equipa jurídica afirmou estar a analisar opções legais, como a possibilidade de serem libertados sob fiança ou prisão domiciliária, caso as restrições devido ao atual estado de emergência continuem.

Dos 12 ativistas que viajavam a bordo do "Madleen", um navio da organização Flotilha da Liberdade que pretendia quebrar o bloqueio israelita sobre Gaza e entregar uma quantidade simbólica de ajuda humanitária no enclave palestiniano, quatro (entre eles a ativista sueca Greta Thunberg) aceitaram ser deportados após a interceção do navio pelo exército israelita na madrugada de segunda-feira.

Os restantes ativistas recusaram-se a assinar a deportação voluntária e foram detidos e levados a tribunal para ratificar as ordens de expulsão, uma vez que, segundo a lei israelita, quando uma pessoa recebe ordens de deportação é detida durante 72 horas ou mais antes de ser expulsa do país.

Segundo os advogados, as autoridades de Israel "intercetaram e tomaram posse à força" do navio e "detiveram os voluntários, violando a sua vontade e os seus direitos fundamentais de acordo com o direito internacional".

O grupo afirma que a interceção do navio ocorreu em águas internacionais, a 102 milhas náuticas da costa de Gaza, algo que Israel ainda não confirmou nem desmentiu.

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