Maria João Tomás, comentadora da SIC, enumera os alvos iranianos, que "pertenciam à elite" da nação, abatidos pelas forças israelitas nos recentes ataques contra a nação liderada por Ali Khamenei, que poderá ser o próximo na lista de vítimas mortais. E se isso acontecer?
Maria João Tomás aponta que os ataques israelitas contra o território iraniano tiveram como alvos quatro altos dirigentes e generais do Irão, tais como:
- Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irão
- Hossein Salami, comandante-chefe do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica
- Gholam Ali Rashid, comandante do quartel-general central de Khatam Al-Anbiya
- Fereydoon Abbasi-Davani, físico nuclear e membro da Guarda Revolucionária
- Ali Shadmani, substituto de Rashid como comandante do quartel-general central de Khatam Al-Anbiya
A comentadora lembra que Telavive já conseguiu eliminar os dirigentes de alguns rivais, nomeadamente o Hezbollah, o Hamas e a Síria. Portanto, “só falta o Irão". "Falta cair Khamenei”, acrescenta.
E o que poderá acontecer caso o Líder Supremo do Irão seja eliminado?
“Ou há uma sucessão dentro do regime islâmico ou então há uma alternativa, mas isso são cenas dos próximos capítulos”, remata Maria João Tomás.
A comentadora explica também como é que o Khamenei chegou ao poder. Para tal, recua ao longínquo ano de 1963:
“Estamos no tempo em que o Irão era o Irão persa, dominado por um senhor chamado Xá Reza Pahlavi, e que tinha levado o Irão a um caminho que uma parte da população não estava de acordo. (...) Os iranianos são persas por natureza e têm uma coisa que é um sentido de nacionalismo muito forte. E não gostam, como não gostavam nem nunca gostaram, de ingerência estrangeira.
E depois havia outras coisas que o Xá andava a fazer que não gostavam, muitos dos iranianos não gostaram. Uma das coisas que ele fez foi abolir o véu islâmico e fez concursos de ‘misses’ descascadas. Ora, isto para o que era o normal da população mais pobre e da população rural, mais conservadora, era uma grande alteração de princípios, uma grande alteração de costumes.
E então começou a surgir aquilo que é chamado atualmente o nacionalismo iraniano, que é a favor de um regime mais ortodoxo, mais na linha daquilo que são os valores islâmicos. (...) E foi isso que levou à revolução de 1979, em que o Xá foi deposto e dá-se a revolução islâmica. E é essa revolução islâmica que leva ao poder uma figura que é o Líder Supremo.”
Quanto ao futuro, de acordo com Maria João Tomás, poderá trazer a queda do regime do Irão, no entanto, “se as coisas não correrem bem para Netanyahu, também pode ficar muito complicado para Israel.”