Estiveram retidos em Amã desde o início do conflito entre o Irão e Israel, e só hoje conseguiram regressar a Portugal. O grupo de 37 portugueses, maioritariamente idosos, saiu ontem da Jordânia para o Egito de ferry e ainda foi a Istambul apanhar o voo de ligação para Lisboa.
As férias rapidamente se transformaram num pesadelo. A capital da Jordânia fica na rota dos mísseis trocados entre Israel e o Irão. Viveram na primeira pessoa o conflito entre os dois países. Do hotel, ouviam sirenes e os mísseis a iluminar os céus de Amã.
O espaço aéreo no Médio Oriente foi encerrado na sexta-feira, após os primeiros bombardeamentos. Foram feitos mais de 130 pedidos de repatriamento, mas os portugueses que estavam na Jordânia acusam o Consulado e o Governo de falta de apoio. Ao que a SIC apurou, foi uma agência de viagens que agilizou o processo de repatriamento.
Mas ainda há quem não tenha conseguido regressar ao país, como conta à SIC um dos portugueses retidos que pediu anonimato.
“Desde domingo que nos encontramos retidos na Jordânia devido ao encerramento do espaço aéreo. Durante todos estes dias, fomos obrigados a suportar todas as despesas do nosso bolso, sem qualquer tipo de apoio do Governo português. Mantivemos contacto com o Consulado português que, apesar de se mostrar disponível, pouco ou nada fez para nos ajudar a sair desta situação", conta o português retido.
"Hoje conseguimos, finalmente e felizmente, sair da Jordânia rumo ao Egito. Estamos a aguardar o voo de regresso a Lisboa. A viagem até aqui foi longa e cansativa. Esperamos poder regressar em breve a casa, depois de dias muito difíceis e sem o apoio que seria de esperar numa situação como esta", acrescenta.
A chegada de mais portugueses a Lisboa via Istambul está prevista para esta quinta-feira, 19 de junho, às 22:00 horas da noite.