Israel quer a entrada dos Estados Unidos na guerra contra o Irão, entre outras razões, porque os norte-americanos são os únicos que têm armamento capaz de atingir um dos mais importantes complexos nucleares do regime iraniano.
Fordow começou a ser construído na década de 2000. Fica a 80 metros abaixo do solo. Construído para resistir a tudo, é, para o Ocidente, desde o início, um local destinado ao enriquecimento de urânio a níveis militares.
A cerca de 47 quilómetros de Qom, uma das cidades mais sagradas do xiismo e o maior centro de ensino xiita do mundo, situa-se a central de enriquecimento de urânio de Fordow.
Vista do ar, parece muito pouco: algumas estradas que se cruzam sobre uma montanha e uma longa estrutura que contrasta com o vazio envolvente.
A construção começou na década de 2000 e, já nessa altura, era motivo de preocupação. Num vídeo oficial, há seis anos, o Irão explicava que Fordow iria retomar o enriquecimento de urânio após a aplicação de sanções por parte dos Estados Unidos.
Mostrava-se o interior da instalação, com parte das 3 000 centrífugas do local, essenciais para o processo, alinhadas lado a lado.
Mas as imagens não explicavam o que Fordow realmente é. Com base nas informações recolhidas não só pela espionagem, mas também pela Agência Internacional de Energia Atómica, este é um complexo subterrâneo construído a 80 metros de profundidade.
Uma autêntica fortaleza
É, na prática, um cofre, enterrado numa montanha de granito e blindado com múltiplas camadas de betão armado e aço.
É uma fortaleza nuclear construída para resistir a tudo e, em teoria, só os Estados Unidos têm capacidade para a destruir. Esta é uma das razões pelas quais Netanyahu quer Donald Trump envolvido no conflito.
Todos os analistas apontam que, se Trump decidir entrar na guerra e ordenar a destruição de Fordow, caberá ao bombardeiro furtivo B-2 a missão de transportar este tipo de armamento.
Se Fordow cair, não será só um golpe profundo no programa nuclear iraniano, mas também a perda da capacidade de chantagem nuclear com que o Irão tem negociado com os Estados Unidos, a Europa e a ONU.