Guerra no Médio Oriente

UE admite que Israel poderá estar a violar os diretos humanos em Gaza

O último relatório do Serviço Europeu para a Ação Externa documento é extremamente cauteloso e parece não querer ferir as suscetibilidades da potência militar que está a reduzir um território a escombros. Bruxelas reconhece apenas indícios de violação do acordo que assinou com Israel 30 anos. 

Crianças palestinianas esperam na fila para recolher água na Cidade de Gaza, sábado, 24 de maio de 2025.
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O que para muitos é uma evidência clara, para o braço diplomático da União Europeia é ainda uma hipótese. O Serviço Europeu para a Ação Externa admitiu no último relatório que Israel pode estar a violar os direitos humanos em Gaza. 

O documento é extremamente cauteloso e parece não querer ferir as suscetibilidades da potência militar que está a reduzir um território a escombros. 

No mais recente relatório, o Serviço Europeu de Ação Externa diz apenas que indícios de violação do acordo que a União Europeia assinou com Israel 30 anos.   

Em causa está o alegado incumprimento da cláusula número dois, que estabelece o respeito pelos direitos humanos. 

No documento que parece ter sido filtrado ao milímetro, o braço diplomático da União Europeia fala em campanha militar intensa e diz ainda que a guerra contra o Hamas resultou num balanço de morte de civis sem precedentes. 

A escolha rigorosa de palavras foi também feita esta semana pela chefe da diplomacia europeia. Num discurso no parlamento europeu, admitiu que a ofensiva israelita foi além da autodefesa.  

Disse ainda que a guerra está a minar décadas de princípios humanitários. Entre os 27 não consenso para suspender o acordo comercial com Israel, mas Portugal esta entre o grupo de países que pede medidas concretas. Em particular sobre a ocupação de territórios na Cisjordânia. 

O assunto estará em cima da mesa na segunda-feira no encontro dos chefes da diplomacia europeus. 

Deverá voltar a ser debatido no Conselho Europeu, também marcado para a próxima semana.