Guerra no Médio Oriente

Ao 10.º dia de guerra, Estados Unidos entram em cena e baralham o xadrez mundial

Dez dias decorreram desde que Israel lançou a ofensiva militar contra o Irão. Dez dias que podem mudar o curso da história do Médio Oriente e baralhar, ainda mais, o complicado xadrez mundial.

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O impasse das negociações entre os Estados Unidos e o Irão, tendo em vista o fim do programa nuclear iraniano, deixava antever o pior. Na sexta-feira 13 e nos dias que se seguiram, Israel pôs em marcha a Operação "Rising Lion", numa alusão à bandeira iraniana anterior à tomada do poder pelo regime dos ayatolas.

A Força Aérea israelita atingiu centenas de alvos iranianos, incluindo a televisão estatal e as instalações nucleares de Natanz, Isfahan e Fordow. Os ataques israelitas provocaram a morte de 14 cientistas ligados ao programa nuclear iraniano e de outros 15 militares de alta patente.

1.ª resposta iraniana com cerca de 150 mísseis

Na resposta aos ataques, o Irão lançou cerca de 150 mísseis e drones contra as principais cidades israelitas.

Alguns conseguiram furar a Cúpula de Ferro, o sofisticado sistema de defesa antiaérea de Israel. Atingiram a refinaria de Haifa, a maior do país, e fizeram as primeiras vítimas mortais em Batyam, no sul de Telavive.

Irão já antevia participação dos EUA

Por esta altura, o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, já percebera que a participação dos Estados Unidos no conflito era uma questão de dias. Com a guerra ao rubro, os sete mais ricos do mundo, reunidos no Canadá, ainda tentavam manter aberta a porta da diplomacia. Donald Trump saiu mais cedo do encontro e regressou aos EUA para se encontrar com os seus conselheiros militares.

No terreno, os ataques prosseguiam. O Irão atingiu o Hospital de Soroka, na maior cidade do sul de Israel. Perante este ataque a mais um alvo civil, as autoridades israelitas ameaçaram matar o líder supremo iraniano.

EUA entraram no conflito esta madrugada

Enigmático e desconcertante, Donald Trump fez saber que os Estados Unidos sabiam onde Ali Khamenei se encontrava, mas descartava a intenção de o aniquilar... por enquanto.

Em vez dessa opção, o Pentágono deslocou vários aviões B2 Spirit para as bases militares do Pacífico, prenunciando os ataques deste domingo contra as principais centrais nucleares do Irão. A guerra entra numa nova e inquietante fase, cujo desfecho é impossível de antever.