Guerra no Médio Oriente

Análise

Dia chave na diplomacia internacional: UE, Rússia e EUA à procura de soluções

A União Europeia discute embargo a Israel, Moscovo recebe o chefe da diplomacia iraniana e Trump ouve conselheiros sobre Médio Oriente. Um dia de reuniões que pode marcar o rumo das próximas semanas em análise pelo editor de internacional do Expresso Pedro Cordeiro.

Manifestantes empunham cartazes e agitam a bandeira do Irão enquanto se concentram em frente à Casa Branca, no domingo, 22 de junho de 2025, em Washington, para protestar contra o ataque militar dos EUA a três locais no Irão na madrugada de domingo.
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Enquanto o conflito no Médio Oriente se agrava, a diplomacia internacional movimenta-se. Esta segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se em Bruxelas, o chefe da diplomacia iraniana encontra-se com Vladimir Putin em Moscovo e Donald Trump participa numa reunião do Conselho de Segurança Nacional. Em análise com Pedro Cordeiro, especialista em política internacional.

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Na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, uma proposta espanhola promete gerar discussão: o pedido de embargo à venda de armas a Israel. Mas, segundo Pedro Cordeiro, será difícil haver consenso.

"Tenho dúvidas que haja consenso alargado para esta posição espanhola, que não é surpreendente, uma vez que o governo espanhol tem sido, a par do irlandês, dos que mais têm criticado Israel desde que a guerra na Faixa de Gaza começou. Há posições muito diferentes dentro da União Europeia.

Irão e Rússia reforçam laços: "últimos aliados" na região

Em Moscovo, o ministro dos Negócios Estrangeiro iraniano encontra-se com Vladimir Putin. O Irão tem ajudado a Rússia na guerra contra a Ucrânia. Em troca, Moscovo pode oferecer apoio diplomático.

"A Rússia quer apoiar o Irão. É o último aliado que lhe sobra no Médio Oriente, desde a queda do regime de Assad na Síria."

Trump ouve conselheiros

Do outro lado do Atlântico, Donald Trump vai participar na reunião do Conselho de Segurança Nacional. Ainda não se sabe se os Estados Unidos pretendem escalar o confronto com o Irão. As mensagens vindas da administração são contraditórias: o secretário da Defesa fala em objetivos atingidos, Trump sugere uma mudança de regime no Irão.

"Não é certo que avaliação é que a administração faz sobre se já conseguiu ou não o que queria ou se é preciso ir mais longe. Nós vimos, por um lado, o secretário da Defesa dizer que não queria mais quando estava o objetivo atingido e que o programa nuclear iraniano estava destruído, o Trump até usou a palavra obliterado, mas depois Trump à noite já falava na sua rede social sobre que era conveniente mudar o regime do Irão".