Guerra no Médio Oriente

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Jornalista em Gaza luta contra a fome para continuar a dar voz a quem já não pode falar

A SIC entrevistou em exclusivo uma jornalista que descreveu a situação devastadora que se vive em Gaza.

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A fome na Faixa de Gaza não poupa ninguém — nem mesmo os jornalistas que tentam mostrar ao mundo o que está a acontecer. Vários órgãos de comunicação ocidentais pediram esta quinta-feira a Israel que autorize a entrada e saída de repórteres do território, alertando que muitos enfrentam as mesmas privações que relatam nas suas reportagens.

A SIC falou, em exclusivo, com Ghada Al Kurd, jornalista palestiniana freelancer, de 39 anos, que vive em Gaza com os seus dois filhos. Apesar da dor, da perda e da fome, o seu sorriso resiste. “Todos sentimos fome”, afirma. “Está cada vez mais difícil ter energia para trabalhar.”

Desde 7 de outubro, Ghada perdeu o pai, o irmão, a cunhada, sobrinhos e amigos — vítimas da guerra com Israel. Como os dois milhões de civis que ainda resistem na Faixa de Gaza, pede um novo cessar-fogo.

A situação agravou-se desde 18 de março, quando Israel quebrou o último cessar-fogo com uma vaga de ataques que, numa só madrugada, matou mais de 400 pessoas.

As agências France Presse, Associated Press, Reuters e a BBC lançaram um apelo conjunto, exigindo a Israel que permita a cobertura jornalística no terreno. Segundo os dados disponíveis, pelo menos 178 jornalistas palestinianos foram mortos no conflito, e nenhum profissional estrangeiro tem autorização para entrar na Faixa de Gaza.

Que o sorriso e a coragem de Ghada Al Kurd continuem a iluminar a missão essencial do jornalismo: informar, mesmo quando tudo em volta tenta silenciar.

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