Guerra no Médio Oriente

Governo israelita volta a estar sob pressão interna para acabar com a guerra

Mais de 500 antigos dirigentes da Mossad e de várias agências de defesa de Israel apelaram a Donald Trump para pressionar Benjamin Netanyahu a acabar com a guerra em Gaza. Os antigos responsáveis israelitas dizem que a guerra deixou de ser justa. Vários congressistas democratas pediram igualmente a Donald Trump que reconheça o Estado da Palestina. No terreno, mais cinco pessoas morreram de subnutrição nos hospitais de Gaza.

Palestinianos lutam para obter alimentos doados numa cozinha comunitária em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, segunda-feira, 19 de maio de 2025.
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É considerada uma das formas de distribuição de ajuda menos eficazes de todas, mas é também um último recurso numa operação levada a cabo pela França, Bélgica e Jordânia num momento em que a fome - a par dos bombardeamentos - continua a provocar a morte na Faixa de Gaza. 

Dois milhões e trezentas mil pessoas num território onde a ajuda humanitária não é suficiente. A alternativa são as mortíferas filas de distribuição de alimentação geridas pelos Estados Unidos e Israel, em substituição das Nações Unidas, onde a população é recebida com tiroteios mortais.

Pelo menos mais cinco pessoas morreram de subnutrição este domingo em Gaza. O crescente vermelho denunciou o ataque por parte das forças israelitas aos escritórios que a organização internacional detinha em Khan Younis, a par da morte de um funcionário e do ferimento de outros três.

O extremista ministro da segurança nacional de Israel invadiu em Jerusalém a zona sagrada dos muçulmanos verbalizando a intenção de anexar a Faixa de Gaza.

“Digo-o aqui, precisamente no Monte do Templo, o lugar onde provamos que é possível impor a soberania e a governação. A partir daqui, temos de transmitir uma mensagem: temos de garantir que, a partir de hoje, conquistamos a Faixa de gaza, anexamos toda a Faixa de Gaza,  eliminamos todos os membros do Hamas e encorajamos a emigração voluntária”, diz Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança de Israel 

O Hamas divulgou dois vídeos com imagens de reféns israelitas subnutridos a apelarem ao retorno às negociações. Benjamin Netanyahu acusou o grupo de mentir quanto à existência de fome em Gaza, e diz que não vai ceder.

“Compreendo exatamente o que o Hamas quer. Não quer um acordo. Quer vergar-nos com estes vídeos horríveis, com a propaganda falsa que espalha pelo mundo. Eles têm tudo o que precisam para comer. Estão a matá-los à fome, tal como os nazis mataram os judeus de fome”, afirmou Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. 
“Queremos que Israel os alimente. Estamos a dar contribuições significativas para que comprem alimentos, para que as pessoas possam ser alimentadas”, diz Donald Trump. 

12 congressistas democratas escreveram a Donald Trump para que o presidente norte-americano reconheça o Estado da Palestina. 

Mais de 500 antigos dirigentes das várias agências de segurança de Israel, como a Mossad, acusam Benjamin Netanyahu de manter uma guerra que consideram já não ser justa - em que o Hamas, dizem, já não representa uma ameaça estratégica para Israel - e está a levar o país, vítima do Holoacausto, para um vazio moral.