Guerra no Médio Oriente

António Costa incita "veementemente" o Governo israelita a reconsiderar ocupação total de Gaza

O Presidente do Conselho Europeu termina diz que a situação é dramática e que a posição tomada pelo governo israelita irá agravá-la ainda mais. “A solução de dois Estados continua a ser a única solução sustentável e de longo prazo para a paz e a segurança em Israel e na região”.

António Costa incita "veementemente" o Governo israelita a reconsiderar ocupação total de Gaza
JOSE COELHO/Lusa

António Costa incita “veementemente o Governo israelita a reconsiderar a sua decisão de tomar o controlo da cidade de Gaza”. Numa publicação nas redes sociais, o presidente do Conselho Europeu diz que a operação “não só viola o acordo com a UE” como “compromete os princípios fundamentais do direito internacional e os valores universais”.

“Tal operação - juntamente com a expansão ilegal contínua dos colonatos na Cisjordânia, a destruição maciça em Gaza, o bloqueio da ajuda humanitária e a propagação da fome - não só viola o acordo com a UE anunciado pelo Alto Representante em 19 de julho, como também compromete os princípios fundamentais do direito internacional e os valores universais. Tal decisão deve ter consequências para as relações entre a UE e Israel, a serem avaliadas pelo Conselho”, pode ler-se

O antigo primeiro-ministro diz que desde o ataque do Hamas, a União Europeia tem mantido uma “posição coerente”. Tem estado, diz António Costa, a “condenar o ataque, exigir a libertação incondicional de todos os reféns, reconhecer o direito de Israel à legítima autodefesa, em conformidade com o direito internacional e humanitário, e reafirmar a solução de dois Estados como o único caminho político para a estabilidade na região, apoiando simultaneamente a Autoridade Palestiniana na assunção do controlo efetivo do território”.

O Presidente do Conselho Europeu termina dizendo que a situação é dramática e que a posição tomada pelo governo israelita irá agravá-la ainda mais. “A solução de dois Estados continua a ser a única solução sustentável e de longo prazo para a paz e a segurança em Israel e na região”, finaliza.

O gabinete de segurança israelita aprovou esta sexta-feira de madrugada uma proposta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para a ocupação militar da cidade de Gaza, no norte do enclave.

O plano, que previa inicialmente a ocupação de toda a Faixa de Gaza, foi de imediato criticado por familiares de reféns israelitas, pela Autoridade Nacional Palestiniana e por vários governos.

- Com Lusa