O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que não haverá um Estado palestiniano, num vídeo dirigido aos líderes ocidentais, nomeadamente do Reino Unido, Canadá e Austrália, que reconheceram anteriormente esse Estado.
"Tenho uma mensagem clara para os líderes que reconhecem um Estado palestiniano após o massacre atroz de 7 de outubro: vocês estão a oferecer uma enorme recompensa ao terrorismo", disse Netanyahu na mensagem, em vídeo, divulgada pelo seu gabinete.
"Tenho outra mensagem para vocês: isso não vai acontecer. Nenhum Estado palestiniano será criado a oeste do [rio] Jordão", acrescentou.
Benjamin Netanyahu afirmou ainda que o seu Governo vai expandir a colonização judaica na Cisjordânia ocupada, em resposta ao reconhecimento de um Estado palestiniano por parte de países ocidentais.
"Durante anos, impedi a criação desse Estado terrorista, apesar das enormes pressões, tanto dentro do país como internacionalmente", disse Netanyahu, referindo: "Fizemo-lo com determinação e sabedoria política".
"Duplicámos os colonatos judeus na Judeia e Samaria [como Israel designa a Cisjordânia] e continuaremos nesse caminho", acrescentou.
O primeiro-ministro israelita prometeu uma resposta na próxima semana.
"A resposta à última tentativa de nos impor um Estado terrorista no coração do nosso país será dada após o meu regresso dos Estados Unidos. Vamos esperar", advertiu.
Benjamin Netanyahu desloca-se aos Estados Unidos esta semana, para intervir na 80.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, estando também previsto um encontro com o Presidente norte-americano e aliado, Donald Trump.
Hamas diz que reconhecimentos são "uma vitória" para direitos dos palestinianos
Um responsável do movimento islamita Hamas afirmou, este domingo, que os reconhecimentos de um Estado palestiniano por parte dos países ocidentais representa "uma vitória" para os direitos dos palestinianos.
"Esses reconhecimentos representam uma vitória para os direitos do povo palestiniano e a legitimidade da nossa causa, e enviam uma mensagem clara: não importa até onde a ocupação [israelita] chegue nos seus crimes, ela nunca poderá apagar os nossos direitos nacionais", disse Mahmoud Mardawi à agência France-Presse (AFP).
Os governos do Reino Unido, Canadá e Austrália formalizaram este domingo o reconhecimento do Estado da Palestina, um passo que Portugal deverá anunciar ao início da noite, através do ministro dos Negócios Estrangeiros.
A declaração formal de Paulo Rangel sobre o reconhecimento do Estado da Palestina será feita na missão permanente de Portugal junto da Organização das Nações Unidas (ONU).