Guerra no Médio Oriente

António Costa diz que "o momento da paz é agora" e que "não há lugar para o Hamas"

O presidente do Conselho Europeu diz que "só há um caminho a seguir: a solução de dois Estados: Israel e Palestina".

António Costa diz que "o momento da paz é agora" e que "não há lugar para o Hamas"
OLIVIER HOSLET

O presidente do Conselho Europeu disse esta segunda-feira na ONU que "o momento da paz é agora" e que "não há lugar para o Hamas, terrorismo, colonatos ilegais e assassínio de civis inocentes" em Israel ou na Palestina.

"Só há um caminho a seguir: a solução de dois Estados. Um Estado israelita seguro e reconhecido. Um Estado palestiniano independente, democrático e viável, os dois coexistindo lado a lado, em paz", afirmou António Costa, durante a conferência de alto nível sobre a solução dos dois Estados promovida por França e Arábia Saudita nas Nações Unidas.
"O momento da paz é agora. E temos de estar à altura das circunstâncias", apelou.

Mas, sublinhou, é preciso ser claro sobre "o que vem a seguir".

"Não há lugar para o Hamas. Não há lugar para o terrorismo"

"Não há lugar para o Hamas. Não há lugar para o terrorismo. Não há lugar para colonatos ilegais. Não há lugar para o assassinato de civis inocentes. Em lado nenhum: nem em Gaza, nem na Cisjordânia, nem em Jerusalém Oriental, nem em Israel", afirmou o ex-primeiro-ministro português.

António Costa reiterou o apelo da União Europeia para um cessar-fogo imediato, um acesso humanitário seguro e sem restrições e a libertação incondicional de todos os reféns ainda em posse do movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.

Por outro lado, disse, os 27 do bloco europeu condenam a "ofensiva militar em curso na cidade de Gaza", conduzida pelo exército israelita, bem como, "de forma veemente, a escalada de violência na Cisjordânia", onde Israel tem acelerado a construção de colonatos, considerados ilegais à luz do direito internacional.

"Apelamos a Israel para que ponha fim a estas operações"

"Apelamos a Israel para que ponha fim a estas operações, para que cesse os colonatos ilegais", sublinhou.

Gaza, acrescentou, enfrenta uma "catástrofe humanitária", com "cidades destruídas, famílias desestruturadas, a fome usada como arma de guerra".

"Tem de acabar", acentuou.

Sobre o papel da União Europeia, António Costa afirmou que é "o maior doador de ajuda humanitária ao povo palestiniano" e "o principal doador da Autoridade Palestiniana", no poder na Cisjordânia, apoiando "reformas e a sua consolidação institucional", bem como "planos viáveis para a reconstrução de Gaza".

Durante a conferência de alto nível, França, Bélgica, Malta, Luxemburgo e Andorra anunciaram o reconhecimento do Estado da Palestina. No domingo, Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália deram o mesmo passo.

Costa assinalou que, após estes anúncios, "o Estado palestiniano é hoje, graças também ao impulso dado por esta conferência, reconhecido pela maioria dos Estados-membros da União Europeia", num total de 17 dos 27 países do bloco europeu.

Com Lusa