Guerra Rússia-Ucrânia

Conflito Rússia-Ucrânia: irá Putin invadir os territórios ucranianos do Donbass?

Nuno Rogeiro analisa a movimentação militar dos russos na fronteira com a Ucrânia.

A Rússia enviou “tropas de manutenção de paz” para a região de Donbass. A Europa e os Estados Unidos reagiram à decisão com sanções e também a China já se pronunciou sobre a decisão de reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk.

Nuno Rogeiro sublinha que o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês defende o respeito pelos acordos de Minsk – “o que é uma bofetada de luva branca em Putin, que disse que os acordos de Minsk já não existem” -, que respeita a integridade dos estados e que acredita na necessidade dos estados em se defenderem.

“Temos de perceber uma coisa: a China tem um problema de separatismo em Taiwan e por isso não olha com muito bons olhos o reconhecimento de duas repúblicas que são o atentado à soberania de outro estado, que a China reconhece e com quem tem relações diplomáticas”, explica o comentador da SIC.

Sobre as movimentações na Rússia, Rogeiro defende que a entrada de militares em Donetsk e no Lugansk é o oficializar de que ambas as repúblicas estão “sob controlo russo”. A questão que se levanta é o restante dos territórios do Donbass, que está sob domínio ucraniano.

“Será que os russos vão expandir-se para um território que está altamente defendido pelos ucranianos, onde estão algumas das grandes cidades ucranianas?”, questiona Rogeiro, sublinhando que “as constituições destas repúblicas não dizem quais são as fronteiras, dizem que representam todo o povo daquelas zonas e isso inclui as áreas controladas pelos ucranianos.”

A possibilidade de confronto é uma situação que Rogeiro admite, uma vez que os ucranianos vão defender-se da invasão Rússia.

“Os ucranianos vão-se defender. Não estão como em 2014, em que não tinham nada e estavam desorganizados. Agora estão bem organizados e têm armas para se defender. E sentem que estão a defender a sua terra – sentir que se está a defender a sua terra é a arma mais importante e esse é o grande problema, não sei como Putin vai ultrapassar isto.”