Miguel Monjardino, analista de política internacional, explicou na SIC Notícias quatro cenários diferentes que podem justificar a decisão de Vladimir Putin em dar ordens para o ataque e invasão à Rússia.
As quatro situações em ordem crescente de perigosidade:
- “A primeira situação é uma mudança de regime, ou seja, a Ucrânia continua a ser formalmente independente, mas é tutelada por um contingente militar russo presente na Ucrânia”;
- “O segundo cenário é a anexação pura e simples da Ucrânia. Passa a fazer parte da Rússia”;
- “O terceiro cenário é Putin dizer: ‘o que eu vou tentar é reconstruir o antigo espaço imperial russo soviético”;
- “O quarto cenário é as coisas correrem excessivamente bem no terreno a Vladimir Putin e ele sentir-se encorajado a correr num risco maior, que é ir aos países bálticos”;
Miguel Monjardino afirmou que a motivação principal do Presidente russo relativamente à invasão à Ucrânia é o medo.
“Cálculo de Vladimir Putin é o medo. É o medo de que a Ucrânia evoluísse a nível de opções políticas e a nível interno como Estado, no sentido de perder totalmente o controle desse país. Do ponto de vista emocional, isto é completamente inaceitável para ele. Putin acha que é melhor correr o risco de atacar agora do que esperar três, quatro, cinco anos, porque aí, do ponto de vista dele, a situação seria muito pior. Esta é uma guerra preventiva”.
Sobre quanto tempo vai durar a guerra, o analista de política internacional não se diz muito otimista.
“Estamos no início de um processo que poderá ser muito longo. Os EUA e os países europeus não têm capacidade, nem vontade política para alterar significativamente o que está a acontecer na Ucrânia, mas têm a capacidade de empobrecer muito a Rússia a prazo”.