Muitos ucranianos que vivem em Portugal têm família no país de origem e acompanham com grande preocupação as informações que chegam sobre as operações militares russas. É o caso de Nataliya Khmil, entrevistada pelo repórter Rui Carlos Teixeira, numa associação que dá apoio a imigrantes de leste, em Rio Tinto.
“A cada meia-hora tentamos telefonar, tentamos receber notícias e as notícias que recebemos têm sido sempre más”, conta Nataliya Khmil, que tem na Ucrânia a irmã e a mãe, que está muito doente, acamada, e por isso impedida de deixar o país.
Nataliya tem família e amigos junto à fronteira com a Hungria e a Eslováquia e diz que são muitos os que lhe são próximos que estão a abandonar o país.
O receio de que as comunicações falhem a qualquer momento é enorme e Nataliya, tal como muitos outros imigrantes, tentam regularmente estabelecer contacto com a Ucrânia.
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A Rússia lançou esta quinta-feira uma ofensiva militar em território ucraniano, com forças terrestres e bombardeamento com alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), da União Europeia e do Conselho de Segurança da ONU.
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