Guerra Rússia-Ucrânia

Para onde estão a fugir os ucranianos?

A Europa deve preparar-se para a possibilidade de uma crise humanitária de “proporções históricas”.

Para onde estão a fugir os ucranianos?

Desde o início da invasão russa, na quinta-feira passada, mais de 600 mil civis saíram da Ucrânia, de acordo com as Nações Unidas.

Europa à beira de uma “crise humana histórica”

A União Europeia, através do comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič, já avisou que a Europa deve preparar-se para a possibilidade de uma crise humana de “proporções históricas”.

Quatro milhões de ucranianos poderão fugir do país, segundo Lenarčič, que prevê ainda que a invasão da Rússia à Ucrânia possa afetar mais de 18 milhões de pessoas.

“Assistimos ao que se pode tornar na maior crise humana no nosso continente desde há vários anos”, afirmou o comissário.

A União Europeia anunciou entretanto que os Estados membros vão receber os refugiados de “braços abertos”.

Em fuga para os países vizinhos

Os ucranianos estão a passar as fronteiras para países vizinhos a oeste, como a Polónia, a Roménia, a Eslováquia, a Hungria e a Moldávia.

A Polónia já acolheu mais de 400 mil refugiados, segundo a ONU. O governo do país diz que mais de 50 mil pessoas chegam todos os dias. Muitas pessoas esperam até 60 horas para cruzar a fronteira da Polónia, debaixo de neve, em filas de até 15 quilómetros. 

Quem entra na Roménia também tem uma longa espera de até 20 horas e muitos são os que não conseguem embarcar nos comboios que os levam para fora das cidades ucranianas.

As Nações Unidas contabilizaram as seguintes entradas nos países vizinhos da Ucrânia:

Hungria 89.561
Moldávia 56.064
Eslováquia 46.868
Roménia 38.461
Mais de 50 mil pessoas mudaram para outros países na Europa

Quantos ucranianos estão deslocados internamente?

A ONU estima ainda que existam pelo menos 160 mil pessoas na Ucrânia que fugiram da guerra e estão deslocadas dentro do próprio país.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados diz que está a tentar ajudar os deslocados internos, mas a guerra está a tornar-se insegura para os trabalhadores humanitários viajarem pela Ucrânia.  A ONU está a preparar-se para prestar assistência no oeste do país, onde o acesso é mais fácil.

“Operação militar especial” na Ucrânia

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. 

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

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