Vitali Klitschko e o irmão Wladimir Klitschko, ambos ex-pugilistas e campeões mundiais, falaram à BBC a partir de Kiev, de onde, garantem, não vão sair: “Esta é a nossa casa”. Apesar de toda a ajuda que tem chegado ao país, alertam que falta “comida e água”.
O autarca de Kiev, Vitali Klitschko, diz estar orgulho da população que ficou na capital ucraniana para defender a sua cidade das forças russas. A extensa coluna militar de Moscovo está agora a cerca de 20 quilómetros do centro de Kiev.
Mas a população está disposta a enfrentá-los. Vitali disse à BBC que ainda hoje viu “uma longa fila” de civis que aguardavam pela entrega de armas para “se juntarem à luta”.
“O patriotismo das pessoas” está a surpreendê-los. Há desde médicos a atores dispostos a combater e a pegarem em armas pelo país.
Questionado sobre se vão ficar na cidade, Wladimir não hesitou na resposta: “Esta é a nossa casa. Os nossos pais estão enterrados aqui, as nossas crianças vão à escola aqui. Porque devemos fugir? O que fariam se alguém entrasse na vossa casa? Defendiam-na”, disse.
Dirigindo à comunicado internacional, Wladimir Klitschko pediu mais apoio. “Falta comida e água”, e apesar da ajuda que está a chegar, “ainda não chega”.
Kiev prepara-se como pode para enfrentar a coluna militar russa
A pressão das tropas russas sobre a capital ucraniana aumentou nas últimas horas, durante as quais um projétil russo atingiu uma maternidade na região de Kiev, depois de, na terça-feira, a torre de telecomunicações de uma televisão ter sido bombardeada, num ataque que provocou cinco mortes.
No norte da capital, novas imagens de satélite captadas na terça-feira revelaram que um longo comboio militar russo se aproxima da capital, sendo maior do que se pensava inicialmente, com uma extensão superior a 60 quilómetros de comprimento, incluindo carros blindados, artilharia e outros veículos.
- ACOMPANHE AO MINUTO A INVASÃO DA RÚSSIA À UCRÂNIA
- EM DIRETO: ACOMPANHE A EMISSÃO DA SIC NOTÍCIAS
- A PÁGINA CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
Saiba mais
- Portugal envia ajuda humanitária para a Ucrânia via proteção civil da UE
- Crianças detidas na Rússia? Parece mentira mas não é
- Moradores tentam impedir entrada das tropas russas na maior central nuclear ativa da Ucrânia e da Europa
- Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, está cercada pelos russos
- Ucrânia e Putin em destaque no primeiro discurso do “Estado da União” de Biden
- Kiev pede ajuda à Agência da Energia Atómica face a ataques russos
- Casos de discriminação: cidadãos africanos e outros emigrantes impedidos de sair da Ucrânia
- Pelo menos quatro mortos e nove feridos nos bombardeamentos em Kharkiv esta quarta-feira
- Única alternativa a sanções “seria uma guerra nuclear devastadora”, avisa chefe da diplomacia russa