1 – “Mariupol é o inferno”
‘Mariupol agora é um inferno’: sobreviventes e imagens de drones revelam a escala da destruição. As condições em Mariupol são “insuportáveis” e “simplesmente infernais”. O relato é de moradores que fugiram da cidade sitiada no sudeste da Ucrânia. A autarquia da cidade ucraniana que liga ao Mar de Azov avançou que cerca de dois mil autocarros e veículos particulares conseguiram deixar a cidade e outros dois mil estão estacionados na rota principal de Mariupol. Cerca de 2.500 civis morreram naquela cidade, estimam autoridades ucranianas. Cerca de 350 mil pessoas estão presas na cidade, com as autoridades a alertar para o facto de que permanecem sem eletricidade, água e aquecimento.
2 – Só as instituições nos podem salvar da barbárie russa
“A máquina de guerra russa vai atingir a Europa, não se vai ficar pela Ucrânia!” O aviso, em jeito desesperado, é de Zelensky, que em videoconferência agradeceu “a posição moral” do Reino Unido e do governo de Boris Johnson. Joe Biden tem presença confirmada em Bruxelas na Cimeira de União Europeia, a realizar na próxima semana. NATO e UE estão em alerta máximo, o momento é de resposta rápida e união política, com decisões a acelerar mudanças inesperadas. EUA e Rússia vão escalando no pingue pongue de sanções: americanos impõem novas sanções ao ditador bielorrusso Lukashenko e ainda a 11 líderes militares russos. A Rússia, na resposta, impede Joe Biden e mais 12 altas personalidades norte-americanas de entrar em solo russo (Antony Blinken, secretário de Estado; Lloyd Austin, secretário da Defesa; Jake Sullivan, Conselheiro do presidente para a Segurança Nacional; William Burns, diretor CIA; Mark Milley, chefe das Forças Armadas; Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca; Duleep Singh, vice-conselheiro do presidente para a Segurança Nacional; Samantha Power, diretora da Agência Internacional de Desenvolvimento; Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden; Hillary Clinton, antiga secretária de Estado dos Estados Unidos; Adewale Adeyemo, vice-secretário do Tesouro; Joe Lewis, presidente e diretor do conselho de administração do banco Reta).
3 – Quem evitará o “default” russo?
As sanções da UE, EUA e Reino Unidos já estão a ter forte impacto e a Rússia poderá entrar em incumprimento nas próximas semanas. Moscovo, de resto, enviou o sinal mais claro até agora de que em breve poderá entrar em ‘default’ – a primeira vez que deixará de cumprir suas obrigações de dívida externa desde a revolução bolchevique há mais de um século. Metade das reservas estrangeiras do país (315 mil milhões de dólares) foram congeladas pelas sanções impostas ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia, reconheceu o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov. Como resultado, Moscovo pagará os créditos de “países hostis” em rublos até que as sanções sejam suspensas. Ora, como é sabido, o rublo não será, por estes dias, uma moeda com grande saída no mercado de divisas… A questão que se coloca é: quem dará a mão à Rússia nos próximos dias e semanas? A China? E a que preço?
4 – Americanos para chineses: “este não é o momento para fingir neutralidade”
A desconfiança entre Washington e Moscovo é mútua e crescente. Os Estados Unidos informaram a China de que, perante a invasão russa da Ucrânia, este não é o momento para qualquer país “fingir que é neutro”, disse esta terça-feira Julianne Smith, representante permanente dos EUA junto da NATO. Smith referiu-se à reunião entre Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, e Yang Jiechi, o mais alto funcionário do Partido Comunista Chinês para questões diplomáticas, que decorreu ontem em Roma “Na reunião, Sullivan teve a oportunidade de dizer que este não é o momento para um país se colocar de lado, de fingir que é neutro. Deixámos uma mensagem muito clara à China nesse sentido”, explicou Julianne Smith. A China acusa os EUA de “desinformação”, pela notícia de que a Rússia teria pedido “assistência militar” a Pequim; os EUA acusam a China de prolongar a propaganda russa.
5 – Zelensky fala diretamente aos soldados russos: “Não morram por uma guerra que não defendem”
‘Cada tiro contra a Ucrânia é um passo que a Rússia dá para se destruir’, disse o presidente ucraniano. Zelensky divulgou um novo vídeo no qual acusa a Rússia de “tentar destruir” a Ucrânia. Descreve as ações da Rússia como um ato de automutilação e destaca o número de pessoas que deixam o país. “Estamos a lutar pela vida, estamos a lutar contra tanques, aviões e morteiros que a Rússia está a usar contra nós para nos destruir.
Mas a Rússia também está a destruir-se. Cada tiro contra a Ucrânia é um passo que a Rússia dá para se autodestruir, para se autoisolar. Programadores, empresários, artistas… O Estado russo nunca sofreu durante décadas um golpe tão grande no capital humano. É um golpe que infligiu a si mesmo. Mas isso não nos preocupa, não é problema nosso. A nossa questão é preservar-nos a nós mesmos, ao nosso povo.”