Guerra Rússia-Ucrânia

Amnistia Internacional recebe cada vez mais relatos de tráfico de refugiados da Ucrânia

O objetivo é a exploração laboral e sexual.

Amnistia Internacional recebe cada vez mais relatos de tráfico de refugiados da Ucrânia

À Amnistia Internacional têm chegado cada vez mais relatos de tráfico de pessoas no cenário de fuga de ucranianos. Para travar a entrada de possíveis redes criminosas em Portugal, o SEF e a GNR estão, a partir desta terça-feira, a controlar todas as fronteiras terrestres.

Várias mulheres deixam os maridos na guerra e parte da família num bunker qualquer quando cruzam a fronteira em estado de grande vulnerabilidade económica e psicológica.

Muitas vezes, apenas com o filho ao colo, são abordadas por pessoas que se mostram disponíveis para ajudar. Incautas, acabam nas redes de tráfico de seres humanos para exploração laboral e sexual.

A Amnistia Internacional alerta os refugiados ucranianos para apenas aceitarem o apoio de agências ou organizações não governamentais credíveis, pois, em tempos de guerra, são cada vez mais as denúncias de tráfico de seres humanos.

O problema é que muitos ucranianos estão a chegar a Portugal também por via terrestre e sem documentos, cruzando facilmente a fronteira sem qualquer pedido de identificação das autoridades nacionais.

A comissão de proteção de crianças admite não saber ao certo, por exemplo, quantos menores já entraram no país desde os primeiros ataques na Ucrânia.

Para travar eventuais redes de tráfico de pessoas, o SEF e a GNR restabeleceram, esta terça-feira, o controlo das fronteiras terrestres em algumas horas do dia.

Desde o início da invasão russa até esta segunda-feira, Portugal concedeu oficialmente mais de 8 mil pedidos de proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia.

Trata-se de uma vaga sem precedentes na Europa segundo as Nações Unidas: em menos de um mês, 4 milhões e meio de pessoas já fugiram da guerra e, destes, mais de metade saiu do país.