O Presidente da República avisa que os custos na vida das pessoas vão continuar nos próximos tempos, agravados pela guerra. Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu, esta terça-feira, que não é possível prever o impacto do choque ao nível económico e social.
Nem o Presidente Marcelo é capaz de antecipar o que serão os próximos tempos, mas não falhará nas previsões se for avisando que vão ser muito mais difíceis do que se previa.
“Alguns custos na vida das pessoas já começaram e vão continuar nos próximos tempos. E quando dizemos próximos tempos, não sabemos o que são os próximos tempos. (…) Temos uma realidade de guerra com consequências que ninguém sabe medir. Neste momento, as previsões foram todas suspensas, quer dizer: prever se isto vai crescer assim, ninguém pode dizer“, avisa o chefe de Estado.
Um dia depois de ter dito, numa declaração inédita no final do Conselho de Estado, que os custos da guerra vão recair sobre a vida comum, Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta que não dá sequer ainda para saber quanto.
“Além de ser um choque psicológico, político, diplomático, é um choque económico, financeiro e social. E tem consequências não se sabe quando é que acaba, não se sabe como é que acaba, não se sabe que custos terá até acabar“, reconhece.
Sabe que a Europa não estava preparada no fornecimento de energia como no funcionamento dos mercados, e em Portugal pede atenção para que não se falhe em nenhum setor essencial.
“À medida que o Governo vai resolvendo os problemas irá naturalmente anunciando medidas. Mas de repente, o Governo tem de, por exemplo, em relação aos fornecimentos que viriam da Rússia ou da Ucrânia tem de substitui-los por outros e não é de um momento para o outro porque envolve muitos países. Estão todos a fazer exatamente o mesmo”, sublinha Marcelo.
O Presidente da República parte na próxima quinta-feira para Moçambique, em viagem oficial de cinco dias, garantindo desde já que será uma oportunidade para falar da abstenção deste país à condenação da Rússia pelas Nações Unidas, ao contrário da maioria dos países da CPLP.
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