Pelo menos 3 milhões de ucranianos ainda no país precisam de ajuda alimentar. Há relatos de pessoas que gastam um mês de salário por uma semana de comida.
À medida a que a guerra na Ucrânia se arrasta, o acesso a bens alimentares é cada vez mais difícil.
Pedro Matos, coordenador de Emergência do Programa Alimentar Mundial, diz que nos países fronteiriços é possível garantir a uma pessoa 3 refeições diárias apenas por 16 euros por mês, valor que fica acima do dobro, chegando aos 35 para quem ainda está na Ucrânia.
De acordo com as contas da ONU, nos próximos 4 meses, vão ser precisos quase 600 milhões de euros para alimentar pelo menos os 3 milhões de ucranianos que já se encontram em situação de insegurança alimentar.
Entre trabalhadores e voluntários são já 207 pessoas a trabalhar no projeto. Ainda assim, continua a não ser o suficiente.
A comida parte dos armazéns junto à fronteira em direção às cidades de todo o país e, apesar de existirem rotas de acesso negociadas, o risco continua presente.
Pedro Matos alerta que o pior pode estar por vir e relembra que há muitas famílias ucranianas que ainda não saíram ou que ainda não conseguiram atravessar o país até às fronteiras ocidentais, nesta que é já uma crise de refugiados sem precedentes.
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