Guerra Rússia-Ucrânia

Aumento de preços põe em risco várias bancas de mercados municipais

A maioria dos clientes dos mercados municipais são, sobretudo, reformados, que se queixam que tudo sobe, menos o que recebem ao fim do mês.

Aumento de preços põe em risco várias bancas de mercados municipais

Nas últimas semanas, os preços têm subido nos mais diversos setores. No mercado de Benfica, em Lisboa, comerciantes e consumidores queixam-se do atual cenário. O movimento quebrou ainda mais e há negócios em risco.

Lucília Antunes tem banca no mercado de Benfica há 30 anos. Para não perder ainda mais clientes optou por diminuir a margem de lucro, mas mesmo assim foi obrigada a aumentar o preço final porque paga mais aos fornecedores.

“Nunca vendi frango a este preço. É a primeira vez, nem quando foi aquela coisa da covid”, diz.

O quilo de frango está a 3,39 euros, mais caro do que há sei meses. Na fruta e legumes passa-se o mesmo, sobretudo nos produtos importados.

“Neste momento, o que está muito caro é o pimento vermelho, a banana madura, a courgette. Esses produtos têm estado a aumentar e não baixam. Normalmente os produtos aumentam e uma semana depois baixam, mas agora não estão a baixar. A desculpa é que não há camiões, que não têm produtos. Os únicos que têm, aproveitam e vendem mais caro”, diz outra comerciante.

Portugal importa sobretudo de Espanha onde os camionistas estão em greve por causa dos preços dos combustíveis. Além disso, a Ucrânia é um dos principais exportadores de trigo e por isso a guerra tem um impacto direto no custo das rações animais e na farinha.

O mercado de Benfica tem tido ainda menos movimento, os clientes que resistem levam para casa os sacos e as carteiras mais vazios. A maioria dos clientes deste tipo de mercados são reformados, que se queixam que tudo sobe, menos o que recebem ao fim do mês.