Guerra Rússia-Ucrânia

Líderes da UE terminam esta sexta-feira cimeira com discussão difícil sobre energia

Os líderes dos 27 vão dedicar-se a uma outra crise agravada pela guerra, a dos preços da energia, e a forma como garantir a independência da Europa relativamente às importações de petróleo, gás e carvão da Rússia.

Reunião semanal do Colégio da Comissão Europeia na sede da UE em Bruxelas, Bélgica
Reunião semanal do Colégio da Comissão Europeia na sede da UE em Bruxelas, Bélgica

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia concluem esta sexta-feira um Conselho Europeu de dois dias em Bruxelas com uma discussão que se antecipa difícil sobre política energética e como fazer face ao aumento brutal de preços.

Depois de uma quinta-feira repleta de cimeiras ao mais alto nível em Bruxelas – ao nível da NATO, do G7 e da UE – consagradas à agressão militar russa à Ucrânia, os líderes dos 27 vão dedicar-se esta sexta-feira a uma outra crise agravada pela guerra, a dos preços da energia, e a forma como garantir a independência da Europa relativamente às importações de petróleo, gás e carvão da Rússia.

Na carta-convite para a cimeira dirigida aos líderes, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, recordou o compromisso assumido pelos 27 em Versalhes, França, há duas semanas, de “eliminar gradualmente a dependência das importações russas de gás, petróleo e carvão o mais rapidamente possível” e apontou que agora há que “tomar medidas imediatas para salvaguardar o aprovisionamento energético [Notes:da UE] para o próximo inverno”.

“Gostaria também que abordássemos urgentemente a forma como, nas próximas semanas e meses, poderemos aliviar a pressão dos preços elevados da energia sobre os nossos cidadãos e empresas”, indicou.

Na quarta-feira, perante a Comissão Permanente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, António Costa, explicou que vai defender no Conselho Europeu uma intervenção na formação de preços no mercado, lembrando que “há uma proposta que Portugal e Espanha trabalharam – e a qual a Espanha continua a apoiar, assim como a Itália e Grécia, entre outros – visando a fixação de um teto máximo para o preço de referência do gás”.

“Por essa via, poderemos evitar a contaminação do preço da eletricidade pelo crescimento não controlado do preço do gás. É uma solução bem equilibrada que pode resolver o problema”, advogou.

Mais em termos de médio e longo prazo, Portugal, também neste caso em conjunto com Espanha, irá insistir na necessidade imperiosa de se completarem as interconexões de energia entre a Península Ibérica e o resto da Europa, uma antiga reivindicação dos dois países que sempre encontrou ‘resistência’ nos Pirenéus, mas sobre a qual a França garante agora já não ter quaisquer reticências.

Durante a sessão desta sexta-feira, os líderes irão ainda adotar a “bússola estratégica”, o documento orientador da política de defesa da UE para a próxima década, já aprovado na passada segunda-feira pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa dos 27.

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