O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que vai alterar, de forma unilateral, a moeda para o pagamento de gás natural e petróleo, passando a ser obrigatório usar o rublo. José Gomes Ferreira analisa a “equação” que se coloca entre Moscovo e a Europa.
“Não há nada de novo nesta ciência, a política monetária continua igual nesse aspeto e o que Putin quer fazer é reforçar a sua própria posição económica, financeira e monetária por esta via. Se o vai conseguir ou não, depende”, afirma o diretor-adjunto de informação da SIC na Edição da Noite.
José Gomes Ferreira explica que esta decisão de impor o pagamento em rublos é uma técnica usada para fazer subir uma moeda que tenha estado sobre depreciação. No entanto, sublinha que a “equação não é fácil” de resolver.
“Se deixar de receber em rublos, a Rússia terá o dinheiro à disposição noutras moedas. Esse dinheiro não foi objeto de outras sanções, no sentido de que o comércio internacional deste conjunto de mercadorias preciosas como petróleo e o gás tivesse sido objeto de sanções”, explica o jornalista.
Por outro lado, se de Moscovo “houver a decisão unilateral de cortar, as consequências serão sofridas pelo lado de cá, mas as Rússia deixa de vender e de receber”.
“A equação não é fácil. Falar grosso é fácil – e é o que está a fazer Vladimir Putin – se o consegue ou não, vamos ver. Não estou em crer que seja um corte imediato dos pipelines do petróleo como do gás”, acrescenta.
CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
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