A Rússia convocou para esta segunda-feira uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir o massacre de civis em Bucha. A Ucrânia fala em genocídio, já Moscovo garante que só atinge alvos militares.
Alertamos para a violência das imagens.
Junto ao local onde enterrou o marido, Tetyana não contém as lagrimas ao recordar o momento em que descobriu o corpo maltratado do companheiro.
“Disseram-me para procurar aqui, que o meu marido podia estar aqui. Quando cheguei, reconheci-lhe os sapatos, as calças. A cara estava mutilada e o corpo gelado. […] Foi atingido a tiro na cabeça, mutilado, torturado”, conta.
Os relatos de quem sobreviveu para contar a história são terríveis, mas ficarão sempre aquém da realidade.
Em Bucha, às portas de Kiev, há corpos de civis abandonados nas ruas, com ferimentos de bala e alguns com as mãos atadas nas costas, outros empilhados em valas comuns. Há indícios de tortura em alguns cadáveres.
A Ucrânia fala em genocídio e pede uma investigação aprofundada. A Rússia nega qualquer responsabilidade sobre o massacre. O Ministério da Defesa diz que os relatos são falsos, uma encenação e provocação do regime de Kiev, e pede à comunidade internacional para não se precipitar numa condenação à Rússia pelas imagens que chegam de Bucha.
Bucha esteve ocupada pelos russos durante um mês. Na cidade ucraniana estão à vista as marcas deixadas pela guerra. Imagens de satélite mostram o buraco de cerca de 14 metros de comprimento, cavado no terreno de uma igreja onde uma vala comum foi identificada.
O presidente da Câmara de Bucha fala num massacre deliberado na cidade e em famílias inteiras assassinadas.
Ao certo ainda não se sabe o número de vítimas, mas as autoridades locais falam em mais de 400. A Ucrânia exige mais sanções à Rússia e promete levar mais este caso ao tribunal penal internacional.
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