Dois terços das tropas russas que ocupavam a região de Kiev desde início da invasão da Ucrânia retiraram-se para a Bielorrússia, indicou esta segunda-feira um alto responsável do Pentágono, admitindo uma reorganização militar antes de novo assalto russo.
“Apenas permanecem um terço das forças que foram deslocadas contra Kiev”, precisou aos media o alto responsável, que pediu anonimato.
“Continuamos a vê-los reorganizarem-se na Bielorrússia”, acrescentou. “Continuamos a pensar que vão reequipar-se, reaprovisionar-se e talvez mesmo receber reforços, antes de serem reenviados para a Ucrânia, para combater noutro local”.
“As nossas conclusões são que serão enviados para o leste do país, para a região do Donbass, mas é apenas a nossa análise, ainda não os vimos começarem a movimentar-se”, prosseguiu.
Interrogado sobre a possibilidade de fornecer ao exército ucraniano tanques de fabrico russo, uma hipótese colocada pelos media norte-americanos, o responsável não desmentiu, deixando a entender que estes armamentos poderão ser provenientes de países do antigo bloco soviético.
“Tomaremos decisões soberanas sobre o que podemos ou não fornecer”, respondeu. “Outros países tomam as decisões soberanas sobre o que podem fornecer (…) os sistemas de armamentos com os quais os ucranianos estão mais à vontade ou foram treinados para utilizar”.
Para além dos Estados Unidos, que até ao momento se recusaram a fornecer à Ucrânia armas designadas como “ofensivas”, por receio de suscitar uma escalada do conflito, “14 outros países fornecem o que pode ser considerado como armas ofensivas”, acrescentou.
Segundo o diário New York Times, os Estados Unidos vão facilitar o envio para a Ucrânia de tanques de fabrico soviético, designadamente T-72, do género dos que estão a ser utilizados atualmente pelo exército russo na Ucrânia.
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