Guerra Rússia-Ucrânia

Presidente da Ucrânia compara situação no país com o bombardeamento de Guernica

Zelensky tem feito referências específicas a acontecimentos e situações históricas.

Presidente da Ucrânia compara situação no país com o bombardeamento de Guernica

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comparou esta terça-feira, num discurso por teleconferência no Parlamento espanhol, a situação atual na Ucrânia com a vivida na cidade basca de Guernica em 1937, durante a Guerra Civil Espanhola.

“Estamos em abril de 2022, mas parece que estamos em abril de 1937” quando Guernica foi bombardeada, disse Zelensky no seu discurso, que foi seguido pelos deputados e senadores espanhóis numa sessão plenária no Congresso dos Deputados (câmara baixa do Parlamento) através de videoconferência e com legendas.

Zelensky tem feito referências específicas a acontecimentos e situações históricas em diferentes países nos seus discursos aos diversos parlamentos em que tem feito intervenções à distância, a fim de mobilizar os deputados para apoiar a Ucrânia face à invasão russa.

As autoridades ucranianas acusam os soldados russos de massacrar civis, o que Moscovo nega, acusando as autoridades ucranianas de terem encenado a situação.

BOMBARDEAMENTO DE GUERNICA

O bombardeamento de Guernica foi um ataque aéreo contra a população civil desta cidade basca em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil Espanhola, pela força aérea nazi com a ajuda de aviões italianos em apoio dos militares “nacionalistas” que se opunham ao Governo de Esquerda da Segunda República Espanhola.

ZELENSKY PEDE SANÇÕES MAIS FORTES CONTRA MOSCOVO

Noutra parte do seu discurso, o presidente ucraniano lançou um apelo para que sejam aprovadas sanções mais fortes contra a Rússia e para que as empresas espanholas deixem de fazer negócios naquele país, tendo feito uma referência à Porcelanosa, uma multinacional que vende principalmente azulejos e louças para sanitários.

“Como podemos permitir que os bancos russos tenham lucros enquanto torturam pessoas? Como podemos permitir que as empresas europeias façam lucros enquanto destroem o meu país?”, perguntou Zelensky, numa intervenção em que também participou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, acompanhado de todos os seus ministros.

ESPANHA DISPONIBILIZA APOIO À UCR NIA

Por seu lado, Pedro Sánchez assegurou a Volodymyr Zelensky que o seu país poderá contar com o apoio de Espanha no seu caminho de transformação para se tornar parte da União Europeia (UE) no futuro.

O chefe do executivo recordou que a Ucrânia já apresentou o seu pedido de adesão à UE e salientou que o país faz parte da família europeia, não tendo dúvidas quanto ao resultado do processo de adesão.

RÚSSIA TEM COMETIDO “CRIMES DE GUERRA QUE NÃO PODEM FICAR IMPUNES”

A Rússia tem cometido “crimes de guerra que não podem ficar impunes”, continuou Sánchez, salientando “o exemplo de dignidade” de Zelensky e condenando “com a maior determinação” esta guerra do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, contra a Ucrânia.

“Uma guerra ilegal e injusta”, considerou o primeiro-ministro espanhol que apoiou a “independência e a integridade territorial” da Ucrânia e apelou a Putin “para que se sente na mesa das negociações e ponha fim à guerra”.

Uma palavra ainda para os milhares de refugiados ucranianos que têm chegado a Espanha, para quem Madrid irá, garante, continuar a colocar “os recursos necessários para os receber”

GOVERNO ESPANHOL EXPULSA DIPLOMATAS DA EMBAIXADA RUSSA

O Governo espanhol anunciou esta terça-feira que decidiu expulsar 25 diplomatas e pessoal da embaixada russa em Espanha, alegando que estes “representam uma ameaça à segurança” do país e como sinal de rejeição das ações das tropas russas na Ucrânia.

Com esta decisão, a Espanha segue o exemplo de vários países europeus que consideram a atividade dos diplomatas e do pessoal da embaixada russa contrária aos “interesses de segurança” nacionais.

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