Guerra Rússia-Ucrânia

Objetivos da ofensiva na Ucrânia “são absolutamente compreensíveis e nobres”, diz Putin

O Presidente russo assegura ainda que “os objetivos serão alcançados” na Ucrânia.

Objetivos da ofensiva na Ucrânia “são absolutamente compreensíveis e nobres”, diz Putin

O presidente russo viajou, esta terça-feira, até à região de Amur, no leste da Rússia, onde visitou o cosmódromo Vostochny na companhia do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko. À margem da visita, a Ucrânia foi tema, com Putin a afirmar que o conflito “era inevitável, a única questão era o tempo”.

“A Ucrânia começou a ser transformada numa base antirrussa, os rebentos do nacionalismo e do neonazismo, que existem há muito tempo, começaram a crescer no país”, disse o Presidente Putin durante uma visita ao cosmódromo Vostochny, no leste da Rússia, com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Ao conversar com trabalhadores da indústria espacial russa no cosmódromo da Vostochny, Putin disse que o “crescimento do neonazismo foi especialmente cultivado” na Ucrânia.

O neonazismo, infelizmente, tornou-se um facto da vida num país relativamente grande e próximo de nós. Isto é uma coisa óbvia: [o confronto] era inevitável, a única questão era o tempo“, afirmou, citado pela agência noticiosa oficial TASS.

Putin reiterou que a “operação militar especial” na Ucrânia, como a invasão é oficialmente designada por Moscovo, visa ajudar o povo da região ucraniana separatista do Donbass e “garantir a segurança da própria Rússia”.

“Obviamente, não tínhamos outra escolha, isso é certo. E não há dúvida de que os objetivos serão alcançados”, disse Putin aos trabalhadores da indústria espacial russa.

“Os objetivos são absolutamente compreensíveis e nobres”, insistiu.

Putin disse que a Rússia foi forçada a ajudar o povo do Donbass “porque as autoridades ucranianas, empurradas pelo Ocidente, recusaram-se a cumprir os Acordos de Minsk com vista a uma resolução pacífica dos problemas” nesta região do leste da Ucrânia, em guerra com Kiev desde 2014.

“Era simplesmente impossível continuar a suportar este genocídio, que durou oito anos“, afirmou.

Putin disse também que o Ocidente não conseguirá isolar a Rússia com as sanções decretadas na sequência da invasão da Ucrânia. “É certamente impossível isolar qualquer pessoa no mundo de hoje, especialmente um país tão grande como a Rússia“, argumentou.

O Presidente russo assegurou que Moscovo trabalhará com os seus parceiros “que queiram cooperar” para ultrapassar a crise suscitada pelas sanções internacionais.

Putin alegou que, já em 2014, quando a Rússia foi alvo de sanções por ter anexado a península ucraniana da Crimeia, a agricultura russa conseguiu transformar-se numa indústria de alta tecnologia.

Disse também que, em 1961, a então União Soviética estava em completo isolamento do ponto de vista tecnológico, mas alcançou feitos importantes, como o lançamento do primeiro satélite terrestre artificial e o primeiro cosmonauta a viajar no espaço.

“Fizemos tudo em condições de completo isolamento tecnológico, alcançámos êxitos muito grandes”, afirmou, citado pelas agências EFE e AP.

A visita de Putin a Vostochny marcou a sua primeira viagem conhecida fora de Moscovo desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Numa mensagem às forças aeroespaciais russas que estão a prestar “assistência às repúblicas populares do Donbass”, Putin disse que “agem com coragem, competência, eficiência e eficácia, e utilizam os mais modernos tipos de armas com características únicas e inigualáveis”.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 48.º dia, provocou um número ainda por determinar de baixas civis e militares. A ONU confirmou a morte de 1.842 civis até domingo, incluindo 148 crianças, mas alertou que os números reais “são consideravelmente mais elevados”.

COM LUSA

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