A SIC esteve na Global Expo, um dos maiores centros de acolhimento de refugiados em Varsóvia, na Polónia. Aqui encontram ajuda, mas os responsáveis pedem uma resposta à crise mais organizada em toda a Europa, com o objetivo de evitar certos riscos como o tráfico de pessoas.
Chegaram a ser cerca de 140 mil pessoas a fugir da Ucrânia por dia, mas o ritmo abrandou e agora rondam as 25 mil. Ainda assim, o diagnóstico da Agência da ONU para os refugiados é claro.
“Esta é a crise humanitária de mais rápido desenvolvimento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A situação é muitíssimo séria”, afirma Rafal Kostrzynski, porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Muitos são os que escapam da guerra e aguardam na Global Expo por um futuro a curto prazo. Os grandes eventos foram assim trocados, em Varsóvia, pelo acolhimento de refugiados, onde dormem diariamente 3.500 mil pessoas.
No centro disponibiliza-se cuidados médicos e até uma espécie de boutique de roupa, proveniente de doações. Mas Krzysztof Szczesny, do centro de refugiados Global Expo, não tem dúvidas de que, além de alimentação e vestuário: “precisamos de tudo (…) porque as pessoas quando chegam aqui não têm nada”.
Com a Global Expo preparada para aumentar a capacidade para mais 1500 pessoas, o porta-voz do ACNUR pede maior controlo e organização nos transportes para que os riscos de tráfico humano e exploração sexual possam ser minimizados.
“É muito difícil de confirmar, mas estamos cientes de que esta é uma situação em que os riscos existem. E um sistema sólido que elimine esses riscos é absolutamente essencial para ajudar os Governos a, pelo menos, conter a situação”, apela Rafal Kostrzynski.
E para isso, a ACNUR já estabeleceu pontos azuis na fronteira da Polónia – onde já passaram 2,8 milhões de refugiados ucranianos -, com o objetivo de proteger aqueles que fogem da guerra.
Não falta ajuda proveniente de toda a Europa, mas o grande desafio será a integração plena de quase cinco milhões de pessoas que já saíram da Ucrânia em menos de dois meses de conflito.
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