O cerco em Mariupol aperta de dia para dia. Os soldados ucranianos recebem um novo ultimato para se renderem. Encurralados na fábrica de Azovstal, as tropas ucranianas dizem que não vão baixar as armas, apesar da “difícil” situação em que se encontram.
Na terça-feira à noite, um comandante das forças ucranianas em Azovstal apelou à comunidade internacional para os ajudar a sair de Mariupol, dizendo que ele e os seus homens estavam a viver os seus “últimos dias” ou mesmo as “últimas horas”.
“O inimigo ultrapassa-nos em dez para um”, disse Serguiy Volyna, da 36.ª brigada da Marinha Nacional.
“Pedimos a todos os líderes mundiais que nos ajudem. Pedimos-lhes que utilizem o procedimento de extração e nos levem para o território de um país terceiro”, acrescentou, citado pela AFP.
O chefe das forças ucranianas pede assistência para 500 militares feridos e para os civis abrigados nos túneis da fábrica. Mulheres e crianças vivem lá há semanas, numa espécie de cidade subterrânea.
ZELENSKY REFORÇA “SITUAÇÃO DIFÍCIL” EM MARIUPOL
Esta quarta-feira, o Presidente ucraniano reforça que a situação em Mariupol continua “difícil”.
A cidade de Mariupol tem sido alvo de intensos ataques por parte das forças russas, mas continua a resistir. O controlo russo desta cidade está à vista e, apesar de ultimatos para que as tropas ucranianas se rendam, Mariupol continua a resistir.
Esta quarta-feira, o Presidente ucraniano reforça que a situação em Mariupol continua difícil.
Zelensky acusa as tropas russas de bloquearem os corredores humanitários e indica que os residentes e o povo se encontram nas “mãos dos ocupantes”.
“O destino de dezenas de milhares de residentes de Mariupol transferidos para zona controlada pela Rússia é desconhecido “, considera o Presidente da Ucrânia.
NOVO CORREDOR HUMANITÁRIO ACORDADO
Kiev acordou com Moscovo a criação de um corredor humanitário para retirar a partir desta quarta-feira civis de Mariupol, o que acontece pela primeira vez desde sábado, indicou o Governo ucraniano.
Nos últimos três dias, nenhum corredor humanitário foi aberto, nem naquela cidade nem em outras partes do leste do país, por falta de garantias de segurança.
“Dada a situação humanitária catastrófica, vamos concentrar os nossos esforços na retirada das pessoas“, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.
De acordo com fontes locais, está previsto o transporte de cerca de 6.000 pessoas, esperando-se a chegada de 90 autocarros ao longo do dia desta quarta-feira.
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