O Presidente da Ucrânia diz que não conhece qualquer proposta de acordo da Rússia. Esta é a reação de Zelensky à afirmação do Kremlin de que enviou um novo documento para Kiev. Mas há mais sinais contraditórios vindos de Moscovo: os russos anunciaram ter testado um novo míssil intercontinental com capacidade nuclear.
Sarmat ou Satã 2 é um míssil balístico intercontinental capaz de transportar entre 10 e 15 ogivas nucleares. Foi testado pela primeira vez em 208, foi novamente disparado esta quarta-feira a partir de um base, no noroeste da Rússia. O míssil atingiu o alvo previsto: uma península no extremo leste do país.
A operação foi divulgada pelo exército russo no mesmo dia em que o porta-voz do Kremlin anuncio ter enviado ao governo ucraniano uma nova proposta negocial. Dimitri Peskov não revela pormenores, mas garante que o documento tem, preto no branco, o que a Rússia quer para chegar a um acordo de paz.
O Kremlin diz que a bola está do lado da Ucrânia e acusa o Governo de Zelensky de lentidão e de estar sempre a mudar de posição sobre pontos já acordados.
Esta quarta-feira, o presidente do Concelho Europeu, Charles Michel, visitou Kiev de surpresa. É o segundo representante da União Europeia a pisar solo ucraniano desde o início da guerra.
António Guterres deverá também ir, em breve, a Kiev e a Moscovo. O secretário-geral da ONU já pediu às duas partes para ser recebido. O pedido foi feito na terça-feira, dia em que foi conhecida uma carta onde 200 antigos altos funcionários das Nações Unidas pediam a Guterres que se empenhasse mais na mediação do conflito.
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