O presidente da associação Refugiados Ucranianos (UAPT) afirmou este sábado não perceber como é que Portugal continua a ter um partido como o PCP, nem por que as organizações não filtram as pessoas que lá trabalham.
Instado a comentar o tema, o presidente da organização não governamental começou por dizer que tinham tentado, “talvez por engano, meter” esta associação neste assunto, o que asseverou ser “completamente errado”.
Tarkivskyy, que vive em Portugal há 20 anos, país onde acabou a escola, fez faculdade e trabalha, disse não perceber “como é que Portugal, um país democrático, continua a ter um partido como o PCP”.
E acusou: “É um partido que está basicamente neste momento a apoiar a guerra, não entendo mesmo”.
“Custa-me perceber como é que não filtram as câmaras, as organizações não filtram as pessoas dentro de próprias” associações, “quem são, o que é que fazem e quais são as ideias deles”, apontou o presidente da Refugiados Ucranianos UAPT.
“Ou seja, como vi uma senhora a dizer: os ucranianos vieram de uma guerra, de uma situação complicada, e agora, de repente, têm que ainda sentir” esta situação em Portugal, prosseguiu.
Sabendo que Portugal “é dos mais acolhedores países, fica um bocado para mal para nós aqui, os portugueses, a sentir que existem casos graves desse género”, considerou.
E rematou o assunto para esclarecer que na sua organização não existem pró-russos: “Nós não temos nenhum russo, nenhuma pessoa que tenha posição ou alguma política pró-russa de forma nenhuma, e todos os que quiserem nos pôr imagem negra vão ter problemas graves, vamos se for preciso ao tribunal”.
O QUE ESTÁ EM CAUSA?
De acordo com o Expresso, Igor Khashin, líder da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e a mulher terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal.
Igor Khashin é um dirigente associativo com dupla nacionalidade, que se apresenta como “gestor de projetos”, e que as associações a que terá estado ligado estavam nos sites da Ruskyi Mir e da Rossotrudnichestvo, instituições estatais criadas pelo Kremlin.
SAIBA MAIS
- SEF abre inquérito para avaliar perguntas feitas aos ucranianos recebidos em Setúbal
- Ucranianos recebidos por russos na Câmara de Setúbal: Costa mantém silêncio sobre o caso
- Quem são os dois russos que receberam refugiados ucranianos em Setúbal
- Associação Ucranianos em Portugal: Igor Kashin “não e só pró-russo” é “apoiante de Putin”
- Autarca de Setúbal garante que serviços cumprem protocolo, mas diz não poder “pôr as mãos no fogo por nada”