Guerra Rússia-Ucrânia

Meio milhão de ucranianos foram “ilegalmente deportados” para a Rússia

A denúncia é feita pelo Presidente da Ucrânia.

Meio milhão de ucranianos foram “ilegalmente deportados” para a Rússia

O Presidente da Ucrânia revela, esta segunda-feira à televisão estatal grega TV ERT, que cerca de meio milhão de cidadãos ucranianos terão sido “ilegalmente deportados” para a Rússia ou para um local contra a sua vontade. Volodymyr Zelensky diz, aliás, que os civis que ainda não foram retirados da fábrica Azovstal, em Mariupol, têm medo de seguir nos autocarros por acreditarem que serão levados para a Rússia.

Em entrevista à televisão estatal grega TV ERT, o Presidente Zelensky reitera que a Rússia violou a integridade territorial e a soberania da Ucrânia e procura uma invasão total do país após a anexação da Crimeia.

“A 24 de fevereiro, a Rússia lançou um ataque em grande escala, uma guerra em grande escala, uma ocupação em grande escala em território ucraniano. Essa foi a razão para as duras sanções: assassinatos, ocupação, invasão ilegal. A guerra ainda não acabou, ainda não regressamos aos nossos territórios, infelizmente a Rússia continua no nosso território, continua a exercer pressão”, afirma Zelensky, reiterando que “não confia na Rússia”.

Como exemplo disso, o Presidente da Ucrânia refere que os civis que ainda estão retidos em Azovstal “têm medo de sair por temerem ser mortos”, apesar das garantias dadas pelo secretário-geral da ONU, que garantiu que estes civis chegariam em segurança a território ucraniano.

“Continuamos e propomos a retirada do nosso povo. Algumas rotas funcionam. Uma delas é a proposta pela ONU. Infelizmente, essa evacuação não abrange soldados e feridos. A ONU está apenas a falar de ajuda para a evacuação de civis”, esclarece Zelensky.

Hoje tudo depende da Rússia. Mesmo com o envolvimento da ONU, este processo continua a ser difícil“, afirma o Presidente ucraniano e explica a razão: “Não confiamos na Federação Russa”. E essa falta de confiança, explica, não melhorou com as visitas de António Guterres. Zelensky recorda que enquanto o secretário-geral da ONU estava em Kiev, mísseis russos atingiram a autarquia da capital ucraniana.

A partir de “Zaporíjia temos o controlo, ou seja, a partir daí somos os responsáveis ​e ​podemos levar os civis para um local seguro e dar-lhes acomodação temporária. Ou seja, de Zaporíjia em diante, a responsabilidade é nossa”, mas até chegarem a Zaporíjia passam por “uma prova muito difícil. Eu avisei, aliás, o secretário-geral da ONU sobre isso”.

Zelensky refere que o problema na retirada de civis reside precisamente nesse percurso. “Podemos pôr pessoas em autocarros, mas a Rússia pode levá-las para território da Federação Russa. Até agora, sabemos de meio milhão de pessoas foram deportadas ilegalmente para a Rússia ou para outro lugar contra sua vontade”.

Ainda assim, lembrou que a Rússia garantiu que “essas pessoas chegariam a território controlado pelo governo ucraniano. Queremos acreditar”.

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