O primeiro-ministro italiano defendeu esta terça-feira, no Parlamento Europeu (PE), que “a Europa pode e deve ter um papel central em favorecer o diálogo” entre a Rússia e a Ucrânia, com vista a uma solução diplomática para o conflito.
Mario Draghi, no seu discurso na sessão plenária do Parlamento Europeu que decorre em Estrasburgo, na França, referiu que “a Itália, como país fundador da UE e que acredita profundamente na paz, está pronta a empenhar-se na primeira linha para alcançar uma solução diplomática” que ponha fim à guerra na Ucrânia.
Segundo o chefe de governo italiano, cabe à Europa tentar mediar uma solução pacífica para a atual guerra, não só pela sua geografia, que a coloca “ao lado desta guerra e, por consequência, na primeira linha das suas consequências”, mas também pela sua história, pois considera que o continente europeu já demonstrou no passado que é “capaz de construir uma paz estável e duradoura, mesmo depois de conflitos sanguinários”.
“A nossa prioridade deve ser alcançar o quanto antes um cessar-fogo, para salvar vidas, permitir a intervenção humanitária, hoje ainda muito difícil, e dar um novo impulso às negociações, que até agora não produziram os resultados desejados”, declarou.
Apesar de defender uma solução negociada para o conflito, Mario Draghi reconheceu que, “numa guerra de agressão, não pode haver qualquer equivalência entre os que invadem e os que resistem”, e reiterou que, para a Europa, proteger a Ucrânia significa proteger-se a si própria, e “ao projeto de segurança e democracia” que os europeus construíram juntos “ao longo dos últimos 70 anos”.
O primeiro-ministro italiano deplorou também a “violência usada pelo exército russo contra civis inocentes” e as violações de direitos humanos testemunhadas em Mariupol, Bucha e tantas outras localidades ucranianas.
SAIBA MAIS
- Itália quer ser independente do fornecimento de gás russo em 2024
- Itália insiste em pagar gás russo em euros: “Pagar o gás em rublos é uma violação do contrato”
- Detido em Portugal estrangeiro procurado em Itália por violação de menores
- Itália fecha acordo para importação de gás natural de Angola para reduzir a dependência energética da Rússia
- Onze clubes e 60 dirigentes absolvidos no caso das transferências em Itália