Guerra Rússia-Ucrânia

Polémica na receção de refugiados em Setúbal: Fernando Negrão critica resposta do Governo

Em entrevista à SIC Notícias, vereador do PSD em Setúbal diz que “é fundamental para nós sabermos qual é o grau de ameaça disto que está a acontecer”.

Polémica na receção de refugiados em Setúbal: Fernando Negrão critica resposta do Governo

Em entrevista à SIC Notícias, Fernando Negrão, vereador do PSD em Setúbal, responsabiliza o Governo pela polémica da recepção de refugiados por russos pró-Kremlin.

“Relativamente ao Sistema de Segurança Interna, eu não percebo porque é que não há uma nota sobre a intervenção do Sistema de Segurança Interna, se é que ele aconteceu. E por isso, eu acho que o primeiro-ministro tomou a posição de avançar para o Ministério da Coesão Social e para a Comissão Nacional de Proteção de Dados, e relativamente à figura do Sistema de Segurança Interna parou, não disse nada sobre isso e eu acho que falta isso […] porque é fundamental para nós sabermos qual é o grau de ameaça disto que está a acontecer”, afirma.

“NOVELO É MUITO GRANDE, É COMPLEXO E VAI LEVAR TEMPO A DESENROLAR”

Fernando Negrão considera que “estamos com certeza a desenrolar um novelo, mas temos que ver o cenário que está por trás disto […], é a ocorrência de uma guerra, não é uma operação militar especial, é uma guerra de um país que invadiu outro. A Rússia invadiu a Ucrânia, é este o cenário que está por trás disto tudo e é com base nisto que nós temos de raciocinar. Portanto, o novelo com certeza que é muito grande, é complexo e vai levar tempo a desenrolar, mas tem que ser e deve ser desenrolado, e este caso dada a sua gravidade […], é um caso gravíssimo a nível do Estado português […] a confirmarem-se todas estas suspeitas”.

O vereador social-democrata explica que “os vereadores da oposição numa Câmara Municipal não têm poderes nenhuns, a não ser o de fazer perguntas e não nos passava pela cabeça fazer perguntas sobre esta matéria antes da guerra. […] Temos reunião de câmara amanhã [quarta-feira] para fazer um conjunto de perguntas para começar a esclarecer esta situação”.

“Queremos ver esclarecida a relação da Câmara Municipal [de Setúbal] com esta entidade [Associação de Imigrantes dos Países de Leste], a relação da Câmara Municipal [de Setúbal] com os dois funcionários que afastou, a relação da Câmara Municipal [de Setúbal] – no fundo – com os refugiados”, diz.

Sobre a nomeação, desta terça-feira, de um encarregado de proteção de dados na autarquia de Setúbal, que estava em falta desde 2018, Fernando Negrão considera-se “preocupado” e afirma que “um encarregado da proteção de dados é fundamental em qualquer organização”.

“PRECIPITAÇÃO” DO PSD AO PEDIR DEMISSÃO DO AUTARCA

Negrão também considera que o presidente da Câmara de Setúbal, André Valente Martins, ainda tem condições para continuar no cargo, apesar de assumir que o PSD se precipitou ao pedir a demissão do autarca, na sexta-feira.

“Neste momento tem condições para continuar, porque estamos num Estado democrático e um Estado democrático averigua para depois poder tomar decisões, mesmo que sejam só a nível político. Ao contrário da Rússia e das ditaduras onde primeiro se condena para depois então averiguar […], e por isso, nós neste momento estamos no tempo para averiguar”, afirma.

O vereador da autarquia diz que “o mal está feito, as pessoas que tinham responsabilidades foram afastadas, o que quer dizer que não há perigo de continuação deste tipo de atividade e não havendo este perigo, o presidente da Câmara [Municipal de Setúbal] pode continuar, enquanto as investigações decorrerem e quando houver o mínimo de indícios credíveis, aí sim, devem ser tiradas as respetivas consequências políticas”.

“Todos sabemos que o presidente da Câmara [Municipal de Setúbal], neste momento, está enfraquecido na sua ação por via disto que aconteceu”, conclui Fernando Negrão.

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