Esta segunda-feira, a Rússia celebra o Dia da Vitória das forças soviéticas sobre a Alemanha nazi, na II Guerra Mundial. O General João Vieira Borges, professor de estratégia e relações internacionais admite não ter ficado surpreendido com o discurso de Vladimir Putin durante as celebrações.
O General João Vieira Borges descreve o discurso do Presidente Putin como curto, repleto de analogias e de apelos ao “orgulho russo”.
“A primeira é sempre marcante, que é aquela fase de apelo à guerra patriótica” indica o professor de estratégia e relações internacionais. Relembrou que a Rússia entrou na II Guerra Mundial em 1941, tendo perdido mais de 20 milhões de soldados, o que é “muito importante para o orgulho russo”.
A segunda parte é a de “análise comparativa” da guerra de 1945 com os dias de hoje, baseada na crítica sistemática dos avanços da NATO, com apelos ao antigo império “sempre implícitos”.
Nesta fase, “tal como fez em 2014 para justificar a Crimeia, aqui justificou o Donbass“. Este facto é “muito importante”, porque “as outras zonas não estão conquistadas”. O discurso de Vladimir Putin segue a ideia de que o Donbass é que foi ocupado pela Ucrânia.
A terceira fase é o apelo aos combatentes, assumindo que havia mortes do lado russo e garantindo que as famílias das vítimas seriam compensadas.
SAIBA MAIS
- Jornalistas russos publicam artigos antiguerra num dos maiores sites pró-Kremlin
- Líder pró-russo de Donetsk encabeça desfile do Dia da Vitória em Mariupol
- Guerra reflete “ambições imperialistas doentes” da Rússia
- Ataque a televisões russas: “Têm o sangue de crianças ucranianas nas vossas mãos”
- Embaixador russo na Polónia atingido com tinta vermelha durante um protesto