A União Europeia está a discutir um plano para ajudar a reconstruir a Ucrânia. De acordo com esse projeto de ajuda à reconstrução da Ucrânia, elaborado em Bruxelas, Kiev pode vir a receber empréstimos, doações e até rendimentos de propriedades de oligarcas russos, apreendidas para ajudar a reconstruir o país depois da destruição causado pela guerra.
O plano de ajuda seria liderado em conjunto por Bruxelas e Kiev e deve voltar a ser discutido esta quarta-feira. Desde o início da guerra, a União Europeia já forneceu quase 4.000 milhões de euros em empréstimos de emergência e ajuda humanitária à Ucrânia.
No plano delineado em Bruxelas, a Comissão Europeia afirma que o governo ucraniano terá que contrair empréstimos para pagar a reconstrução de seu país devastado pela guerra. Subsídios não reembolsáveis dos estados membros da UE forneceriam outra parcela dos fundos necessários para reconstruir casas, escolas, estradas, ferrovias, aeroportos e pontes destruídas.
A hipótese de valiar a viabilidade do uso de bens apreendidos de russos e bielorrussos sancionados foi proposta pelo presidente do Conselho Europeu, no início deste mês.
“Estou absolutamente convencido de que é extremamente importante não apenas para congelar bens, mas também para permitir confiscá-los e disponibilizá-los para a reconstrução do país”, disse Charles Michel à agência Interfax.
Os legisladores do Reino Unido e dos EUA também propuseram a apreensão de propriedades russas para ajudar na reconstrução da Ucrânia e aliviar a situação dos refugiados do país.
Também no início de maio, a presidente da Comissão Europeia reiterou que a União Europeia fará a sua parte na ajuda à reconstrução da Ucrânia, mas advertiu que não o pode fazer sozinha, tal a escala da destruição provocada pela Rússia.
Num discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Ursula von der Leyen sublinhou que a Ucrânia precisa de apoio no imediato e para o esforço de reconstrução após o conflito, apontando que, em qualquer dos casos, as necessidades financeiras são de grande dimensão.
A presidente da Comissão alertou para o facto de “depois, numa segunda fase, haver um esforço de reconstrução mais amplo” e que, para esse, ainda seja difícil adiantar estimativas de custos”.
“Queremos que a Ucrânia vença esta guerra. Mas queremos também estabelecer as condições para o sucesso da Ucrânia no rescaldo da guerra”, afirmou.
CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
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