Guerra Rússia-Ucrânia

“Vladimir Putin é um criminoso de guerra e não vejo razão para falar com ele”

Primeira-ministra da Estónia defende que se falarmos com o Presidente da Rússia a toda a hora, ele não se sentirá isolado, mas sim no centro do mundo”.

“Vladimir Putin é um criminoso de guerra e não vejo razão para falar com ele”

A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, apelou, numa entrevista publicada hoje, para que não seja facultada qualquer “porta de saída” ao Presidente russo, Vladimir Putin, com quem considera inútil continuar a falar.

No 84.º dia da ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, a chefe do Governo estónio diz, na entrevista ao diário francês Le Figaro, acreditar que “não há escolha a não ser parar a guerra e punir os agressores e todos os responsáveis por crimes de guerra”.

“Se aceitarmos um regresso do ‘business as usual’, a guerra recomeçará após uma pausa de um ou dois anos”, defendeu a chefe de Governo. “Não devemos oferecer a Vladimir Putin uma saída, porque seria uma mensagem clara para ele de que pode fazê-lo novamente”, sublinhou, argumentando que “a solução só pode ser militar”. Kallas acrescentou: “A Ucrânia tem de ganhar esta guerra”.

As conversas telefónicas entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o seu homólogo russo desde o início da guerra, “não deram em nada”, referiu ainda Kaja Kallas. “Vladimir Putin é um criminoso de guerra para mim e não vejo razão para falar com ele. Diz-se que Vladimir Putin deve sentir que está isolado.

Se falarmos com ele a toda a hora, ele não se sentirá isolado, mas sim no centro do mundo”, sustentou a primeira-ministra da Estónia.

A ofensiva militar russa lançada em 24 de fevereiro na Ucrânia é observada de perto na Estónia, que partilha uma fronteira com a Rússia, e pelos outros dois países bálticos (Letónia e Lituânia), antigas repúblicas soviéticas.

Tallinn alertou durante anos sobre a “ameaça russa” e defendeu recentemente uma maior proteção para os membros da NATO, a que se juntou em 2014, apelando a uma presença permanente e reforçada no flanco oriental da Aliança Atlântica.