A Assembleia Municipal de Setúbal aprovou esta sexta-feira por unanimidade a criação de uma Comissão Eventual de Fiscalização da Conduta da Câmara de Setúbal e dos Serviços Municipais no Acolhimento de Refugiados Ucranianos pela autarquia. Esta comissão surge na sequência do caso dos refugiados ucranianos recebidos por russos na Câmara.
Na Assembleia Municipal, PSD e CDU defenderam que a futura comissão deve ouvir todos os funcionários que participaram no processo, mas também as instituições que estiveram envolvidas, como é o caso do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional), a Segurança Social e o Alto Comissariado para as Migrações..
O PS é contra e diz que, se assim fosse, seria o mesmo que ter instituições governamentais a investigar o Governo.
De acordo com a proposta do PS, na próxima semana a comissão permanente da Assembleia Municipal deverá reunir para decidir quais serão as entidades que a comissão eventual deverá ouvir.
A polémica sobre o acolhimento de refugiados ucranianos na Câmara de Setúbal foi levantada por uma notícia publicada pelo jornal Expresso, segundo o qual o cidadão russo Igor Khashin, membro da Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo), e a mulher, Yulia Khashina, também da Edinstvo e funcionária do município, terão fotocopiado documentos e questionado os refugiados sobre o paradeiro de familiares na Ucrânia.
SAIBA MAIS
- Exclusivo SIC: caso de Setúbal preocupa Governo ucraniano
- Montenegro acusa PS de “abusar da maioria absoluta” no caso de Setúbal
- Caso de Setúbal: as explicações do casal russo que recebia os refugiados ucranianos
- Acolhimento em Setúbal: casal russo diz que dados de ucranianos são exigidos pelo SEF e pela autarquia
- Câmara de Setúbal acusa ministra Ana Catarina Mendes de “afirmações falsas”
- Caso de Setúbal: Marcelo revela que informação que chegou à Presidência é “idêntica à noticiada”
- Setúbal: Marcelo garante que “não dispunha de informação” sobre “intervenções estrangeiras” no acolhimento de refugiados
