O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, queixou-se da demora da União Europeia (UE) em aprovar um novo pacote de sanções contra a Rússia, que incluiria um embargo ao petróleo, questionando-se se alguns países estariam a bloquear o plano.
Num vídeo gravado na noite de quinta-feira e divulgado hoje pelas agências de notícias ucranianas, Zelensky queixou-se ao afirmar que “há semanas a UE tem tentado chegar a um acordo sobre um sexto pacote de sanções contra a Rússia”.
Moscovo “recebe quase mil milhões de euros” num dia dos europeus pelo fornecimento de energia, o que lhe permitiria continuar a financiar a invasão militar na Ucrânia, sublinhou o Presidente ucraniano.
A UE está a debater há semanas uma sexta ronda de sanções económicas à Rússia, que incluiria um embargo às importações de petróleo russo, uma medida que exige unanimidade para a sua aprovação, mas à qual a Hungria se opõe, alegando que prejudicaria seriamente a sua economia.
“De onde tiram tanto poder aqueles que bloqueiam o sexto pacote? Porque ainda permitem que tenham tanto poder, mesmo em procedimentos intraeuropeus?”, perguntou o Presidente ucraniano, sem mencionar a Hungria, depois de agradecer aos “países amigos” que estão a impulsionar as novas sanções.
Zelensky lembrou que o que está em jogo nestas decisões de pressionar a Rússia é “literalmente” a vida dos ucranianos.
O Presidente ucraniano garantiu que “cada dia de atraso, de fragilidade, de disputas diversas ou de propostas para ‘apaziguar’ o agressor a custo da vítima, são novos ucranianos mortos e novas ameaças a todos” na Europa.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, descartou a inclusão do embargo ao petróleo russo no próximo pacote de sanções a Moscovo devido à dependência do seu país e por não ter uma proposta detalhada da UE que garanta financiamento para buscar uma alternativa de abastecimento.
“A catástrofe poderia ter sido interrompida se o mundo tivesse tratado a situação na Ucrânia como sua, se os homens fortes do mundo não tivessem brincado com a Rússia, se tivessem realmente pressionado para acabar com a guerra”, disse Zelensky, prometendo que “a Ucrânia sempre será um Estado independente e não vai desmoronar”.
“A única questão é que preço o nosso povo terá que pagar pela sua liberdade e a Rússia por esta guerra sem sentido lançada contra nós”, acrescentou.