Os líderes europeus chegaram esta segunda-feira a acordo para embargo ao petróleo russo, que chega por via marítima à Europa.
“Acordo para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isto abrange imediatamente mais de dois terços das importações de petróleo da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento para a sua máquina de guerra”, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa publicação na rede social Twitter.
#Unity
— Charles Michel (@eucopresident) May 30, 2022
Agreement to ban export of Russian oil to the EU.
This immediately covers more than 2/3 of oil imports from Russia, cutting a huge source of financing for its war machine.
Maximum pressure on Russia to end the war.
#EUCO
Revelando mais detalhes sobre o embargo, Charles Michel explicou que afetará, imediatamente, 75% das importações. O objetivo é, até ao final do ano, que o número suba até aos 90%.
Na publicação no Twitter, o responsável destacou “a unidade” no Conselho Europeu, que está hoje e terça-feira reunido em Bruxelas numa cimeira extraordinária, vincando ainda a “máxima pressão sobre a Rússia para acabar com a guerra”.
Este acordo significa que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, aceitou fechar o entendimento e que, da parte dos chefes de Estado, terão sido dado garantias que seriam tomadas medidas em caso de emergência.
Fontes europeias explicaram que a Hungria solicitou aos seus homólogos a inclusão de uma cláusula de solidariedade e de emergência para Budapeste dar aval ao embargo, prevendo que, perante uma rutura do abastecimento através do oleoduto de Druzhba, os outros Estados-membros ajudem o país para garantir aprovisionamento.
O oleoduto em causa tem uma extensão de 8.900 quilómetros. Sai da Rússia e chega até a Bielorrússia, onde se bifurca em dois ramais, um que abrange a Polónia e a Alemanha, países que se comprometeram a não o usar, e outro que chega à Ucrânia, Hungria, Eslováquia e República Checa.
O embargo ao petróleo russo faz parte do sexto pacote de sanções que, em termos formais, só deverá ser fechado nos próximos dias. Há ainda outras medidas que devem avançar como é o caso da retirada de mais três bancos russos, inclusive o maior banco comercial, do sistema de pagamentos SWIFT. Vão ser também adicionados mais indivíduos à lista de sanções, como é o caso de militares que participaram no massacre em Bucha.
De acordo com fontes europeias, está previsto que estas sanções entrem em vigor daqui a seis meses no que toca ao petróleo e dentro de oito meses para produtos derivados do petróleo.
A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias. A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.